O reajuste nas mensalidades escolares no Rio Grande do Sul para o próximo ano será de 7,5% em média. O índice foi divulgado ontem pelo Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS), que realizou levantamento junto a 110 escolas associadas à entidade, 31,1% do total de instituições do Estado.
Trata-se do menor percentual aplicado às mensalidades desde 2013. Entretanto, a diferença do reajuste para a inflação é a maior já registrada pelo levantamento. Com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no ano previsto para 2,84%, o reajuste médio é 2,6 vezes maior do que a inflação.
Entretanto, o sindicato identificou que a atualização da mensalidade pode chegar a até 14,7% nas escolas. Já na educação superior, o reajuste médio será de 5,7%, segundo levantamento com 13 instituições. A entidade sustenta que a inflação oficial não representa os custos reais dos colégios.
– O IPCA é só um dado oficial. Se vamos investir na parte de informática, por exemplo, os valores são em dólar. Ou se o investimento for em um ginásio, o preço da construção do metro quadrado também não é pelo IPCA – defende o presidente do Sinepe/RS, Bruno Eizerik.
Critérios legais e situação da comunidade
O dirigente garante que as instituições seguem critérios legais para o reajuste, com base em uma planilha de custos. E, entre eles, o maior é o de pessoal, que deve seguir no topo no próximo ano, comprometendo quase 70% do orçamento.
O estudo revela que o percentual médio de aumento de custos das escolas em 2017 foi de 9,3%, e a previsão para 2018 é de 8,2%. Para 43,6% das instituições que responderam ao Sinepe, a alta das despesas ao longo deste ano foi maior do que a previsão inicial, feita no final de 2016.
– As escolas são sensíveis. E antes de definir os reajustes, elas já levaram em conta a situação da comunidade onde estão. Não se olhou somente para uma planilha, não. E os diretores, se procurados pelos pais, irão explicar tudo o que a escola fez para segurar o reajuste da mensalidade – afirma Eizerik.