Para muitas pessoas, o início do ano é um período de reorganização financeira. E é neste momento de planejamento que algumas decidem buscar alternativas para obter uma renda extra.
O economista e professor da Universidade Feevale José Moura explica que a renda extra pode ser classificada como tudo que complementa a receita já institucionalizada da pessoa — seja aquela que trabalha de carteira assinada ou por conta própria.
Conforme o especialista, dois pontos são importantes ao buscar fonte de renda extra: é preciso garantir a manutenção do autocuidado, ou seja, a atividade não deve atrapalhar a vida pessoal, e cuidar para que o trabalho não gere mais despesas, que possam se avolumar com o passar do tempo.
— Quando trabalhamos com CLT, por exemplo, temos aquelas duas horas de hora extra no máximo que podemos fazer por dia. Então, se recomenda respeitar isso para a atividade extra, porque isso já passou por estudos tanto na questão das leis trabalhistas quanto na questão de bem-estar. Isso ajuda, são parâmetros que se pode usar — comenta Moura.
Confira cinco dicas para obter uma renda extra
1 - Descubra e explore uma habilidade
O economista aponta que, muitas vezes, um “talento escondido” pode ser uma boa alternativa para obter renda extra. É preciso avaliar suas habilidades, preferências e oportunidades disponíveis atualmente. Como exemplo, cita uma pessoa que sabe tocar instrumentos musicais e pode ensinar outras, bem como alguém que tenha formação em Letras ou Pedagogia e pode corrigir pequenas redações e outros textos. Também a habilidade para trabalhos manuais é uma opção de renda extra.
2 - Observe as necessidades ao redor
Moura destaca que a economia mudou bastante depois da pandemia e que a internet e as redes sociais expandiram o leque de possibilidades. Há uma demanda crescente pela prestação de serviços dos mais variados tipos, por exemplo:
— Além daquelas demandas tradicionais, como a questão de serviços, de uberização, de trabalhar com pets em casa, de vender doces e bolos. Também tem um crescente aumento da logística das vendas por internet, das entregas de produtos. E aí a pessoa pode usar seu próprio carro, moto ou bicicleta, então isso é muito fácil. É o primeiro que as pessoas podem efetivamente pensar.
Há ainda épocas do ano em que surgem necessidades específicas. Nas férias de verão, muitas pessoas buscam ajuda para a organização de malas. Outras mudam de casa e precisam de auxílio para arrumar os armários. O aluguel de casas e quartos também pode ser uma opção a ser analisada.
3 - Busque uma opção que não demande alto investimento
Se o objetivo é aumentar a receita de forma imediata, é preciso buscar uma alternativa de renda extra que não demande um alto investimento. A produção de alimentos para vender, por exemplo, é algo que gera um custo e há o risco de não conseguir clientes. Mas ensinar música e corrigir trabalhos ou dar aulas de reforço são atividades que não geram gastos: basta investir seu tempo e divulgar o serviço.
— Isso é muito interessante porque você não precisa de um esforço financeiro para começar. Na verdade, você só se coloca à disposição e as coisas naturalmente vão aparecendo. Mas se for uma renda urgente, aí você precisa buscar as coisas mais tradicionais — afirma o economista.
4 - Evite escolher a mesma atividade que exerce como CLT
Moura ressalta que é preciso ter cuidado para não escolher a mesma atividade que já exerce na empresa em que trabalha de carteira assinada, pois isso pode ferir uma questão ética. O especialista enfatiza, contudo, que tendo uma renda de até R$ 8 mil por mês é permitido ter um emprego por CLT e um cadastro como microempreendedor individual (MEI).
— A pessoa sempre pode e deve se cadastrar. É importante a pessoa estar garantida. Mas existem atividades que não acabam representando uma renda muito forte, e aí essas pessoas ficam na informalidade, porque partir para o formal às vezes tem um custo. Mas vejo um lado bem interessante nessa questão do MEI, se a pessoa estiver enquadrada nas atividades que pode fazer sem ferir o que já faz na sua empresa, é interessante para estar mais segura — aponta.
5 - Procure orientação especializada
De acordo com Moura, ao formalizar um negócio, é preciso ter alguns cuidados, porque há impostos sobre a renda. O economista lembra que com toda receita vem uma despesa e que, por isso, é importante buscar orientação especializada — nesses casos, afirma que o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) é o órgão que mais auxilia os empreendedores, com cursos gratuitos e informações.
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