O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, criticou o novo nível da taxa Selic, elevada para 12,25%. A declaração foi realizada nesta sexta-feira (13), durante agenda na Superintendência da Zona Franca de Manaus.
— Eu espero que no próximo ano, com as mudanças aí do Banco Central (BC), a gente tenha uma coisa mais razoável. Porque isso acaba inibindo o investimento — disse Alckmin.
Em 2025, a composição do BC mudará a partir da nova presidência de Gabriel Galípolo e da posse de três novos diretores indicados pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Na decisão de quarta-feira (11), toda a diretoria atual, inclusive Galípolo, atual diretor de Política Monetária, votaram pela elevação da Selic em um ponto percentual.
Para Alckmin, a situação é pior se for considerado que o aumento da Selic foi uma resposta ao ambiente fiscal, considerando que eleva a dívida do governo em R$ 50 bilhões.
Segundo ele, há um problema no modelo atual da política monetária, que considera os preços de energia e alimentos, suscetíveis ao clima e à geopolítica. Nesse sentido, Alckmin elogiou o sistema norte-americano que, segundo ele, não leva em consideração na sua análise esses dois itens.
— Nos Estados Unidos, o Federal Reserve tem duas missões. Uma missão é emprego. E a outra é controlar a inflação. Ele não leva em consideração alimento. Alimento é clima. Não vai chover porque eu aumentei os juros. E só prejudica a economia e não resolve o problema. Não é por excesso de consumo. A mesma coisa é energia —disse o ministro.
No dia da decisão do Conselho de Política Monetária (Copom), a elevação da Selic já havia sido alvo de uma moção crítica aprovada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), órgão que é presidido por Alckmin.
O posicionamento foi aprovado em reunião extraordinária e chancelado por unanimidade por representantes de 20 ministérios e de 21 entidades da sociedade civil que integram o CNDI.