Em entrevista na manhã desta quarta-feira (3) ao programa Timeline Gaúcha, da Rádio Gaúcha, o CEO das Lojas Renner, Fabio Faccio, falou sobre as ações da empresa durante a enchente de maio e o movimento de reconstrução do Rio Grande do Sul após a catástrofe climática. O CEO anunciou ainda a doação de R$ 15 milhões para o Reconstrói RS, uma iniciativa privada focada na recuperação do Estado.
O projeto é liderado por Instituto Ling, Instituto Floresta e Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul). A iniciativa também recebe propostas voltadas a obras de infraestrutura para a recuperação de regiões do Estado diretamente afetadas pelos estragos causados pela água.
— Fomos a primeira empresa a anunciar que participaria do Reconstrói RS. Estamos doando R$ 15 milhões para esse fundo. Estamos realizando também coleções cuja renda é destinada a pessoas que perderam tudo na enchente —revela.
De acordo com Faccio, cerca de 10% dos colaboradores da empresa no Rio Grande do Sul foram significativamente impactados pela enchente. Em um primeiro momento, o foco da rede varejista foi auxiliar nos salvamentos e nas doações para os afetados pela elevação do nível da água.
— Inicialmente, fizemos o máximo possível para o nosso time e para resgatar pessoas no Estado, utilizando barcos, além de doações de alimentos. Fizemos mais de mil resgates e doamos mais de 31 mil toneladas de alimentos — detalha.
Segundo o empresário, o resto do país tem olhado com carinho para as marcas gaúchas, auxiliando no processo de retomada.
— Temos tido uma resposta positiva do restante do Brasil. Temos falado muito sobre a importância de continuar ajudando, pois as pessoas precisam reconstruir suas vidas e nós precisamos reconstruir o Estado — comenta.
Faccio também se emocionou ao relembrar quando participou de salvamentos durante o momento mais delicado da tragédia climática que atingiu o RS.
— É muito difícil ter a dimensão do quanto marcou esse acontecimento. Todos saíram fazendo o que podiam. Vi gente ajudando muito, mesmo tendo perdido tudo. Por isso, a gente pensa: se eles estão fazendo, a gente precisa fazer muito mais. Foi uma das coisas mais marcantes da minha vida. Em um dos resgates, voltei conversando com um menino de cinco anos, a mesma idade do meu filho — lembra.
Taxação de compras
O empresário comentou também a respeito da volta da cobrança de Imposto de Importação sobre compras internacionais de até US$ 50 (cerca de R$ 260). Segundo ele, o aumento da carga tributária não é um cenário ideal.
— O pessoal caiu nesse mote de "taxação das blusinhas" e, na verdade, não são só blusinhas, mas sim tudo o que é vendido no varejo. Ninguém é a favor de aumentar impostos. O ideal é termos a menor carga tributária possível com o maior retorno possível. Infelizmente, no Brasil, essa equação é ao contrário — lamenta.