A indústria gaúcha puxou o saldo de contratações no mercado de trabalho do Rio Grande do Sul em fevereiro. Mais da metade das 25.452 vagas formais criadas no Estado estão nesse segmento, que respondeu por 13.031 ocupações com carteira assinada.
Em seguida, vieram os serviços, com 7.671 vagas, a agropecuária, com 4.653 vagas, e a construção, com 871 vagas. Esses resultados representam a diferença entre os desligamentos e as contratações de funcionários no período.
Dos setores avaliados pelo Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho, apenas o comércio teve saldo negativo, de 774 vagas. Com isso, o Estado acumula resultado positivo de 61.326 postos de trabalho em 12 meses e 45,7 mil nos dois primeiros meses deste ano.
No Brasil, onde houve mais contratações do que desligamentos em 24 das 27 unidades da federação, a geração de empregos com carteira assinada ficou em 306.111, o que representa um contingente de 1.602.965 novas vagas abertas em 12 meses.
A economista-chefe da Fecomérci0-RS, Patrícia Palermo, lembra que o Caged tem surpreendido positivamente. No caso do Rio Grande do Sul, tanto janeiro quanto fevereiro, diz, performaram "significativamente melhor" do que no mesmo período do ano passado.
Isso acontece, comenta Patrícia, mesmo com o Estado já registrando taxas de desocupação baixas, o que naturalmente seria um fator de dificuldade para a geração de novos vínculos de trabalho. Em fevereiro, acrescenta, a taxa de expansão da criação de vagas (25,1%) desacelerou em relação à verificada em janeiro (88,6%) quando comparadas com o mesmo período de 2022:
— Ainda assim, foi bastante alta e todos os grandes grupamentos acompanhados pelo Novo Caged tiveram desempenho superior à igual mês do ano anterior. Os grupamentos que ano passado criaram vínculos, criaram mais. Já o comércio, o único a destruir empregos no mês passado, refletindo o aspecto sazonal de do desligamento de “temporários”, destruíram menos.
Ministro critica temores com a inflação
Durante a coletiva de apresentação do dados, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho colocou na conta do Banco Central (BC) e do que considerou uma "política pouco agressiva de redução dos juros" a criação de mais 400 mil postos com carteira assinada no ano passado. Marinho, que projeta romper a marca de 2 milhões de novas vagas em 2024, criticou avaliações de analistas que creditam ao desempenho do mercado de trabalho algum tipo de risco inflacionário.
Segundo o ministro, comentários dos "ditos especialistas" que atribuam pressão sobre os preços são infundados. E chegou a brincar que o resultado de fevereiro deixaria muitos desses analistas preocupados, em razão do que considerou um excelente desempenho.
– É um absurdo e também caberia ao BC Atenção do BC chamar a atenção do setor privado para o planejamento. É possível conter a inflação com restrições ao crédito, que é a maneira burra, e com planejamento de produção, ganhando na ampliação das escalas e se preparando para um mercado com massa salarial aquecida e para não deixar faltar produtos.
Saldo de vagas em fevereiro
Total
- RS: 25.452
- Brasil: 306.111
Indústria
- RS: 13.031
- Brasil: 54.448
Serviços
- RS: 7.671
- Brasil: 193.127
Agropecuária
- RS: 4.653
- Brasil: 3.759
Construção
- RS: 871
- Brasil: 35.053
Comércio
- RS: - 774
- Brasil: 19.724
Saldo em 12 meses
- RS: 61.326
- Brasil: 1.602.965
Saldo no acumulado do ano (jan-fev)
- RS: 45.740
- Brasil: 474.614
Fonte: Ministério do Trabalho/Novo Caged