Principal data do ano para o varejo, o Natal de 2023 conta com vantagens em relação ao ano passado que devem ajudar a incrementar as vendas. Além do ambiente econômico considerado mais estável pelas entidades do setor, a data conta com um dia a mais para as compras este ano, o que deve aumentar a busca por presentes. O Natal deve movimentar R$ 6 bilhões no comércio gaúcho.
A projeção é da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS), que espera alta de até 10% nas vendas na comparação com o Natal de 2022. Somente em Porto Alegre, a expectativa é de R$ 576 milhões em faturamento, conforme estimativa do Sindilojas Porto Alegre.
— É uma expectativa positiva que está sendo cumprida, segundo os relatos dos lojistas. As lojas estão com movimento bem acima da média nos últimos dias, de muita sacola, e isso reafirma a nossa ideia de que o Natal fechará o ano do varejo com chave de ouro — diz o presidente do Sindilojas Porto Alegre, Arcione Piva.
Em 2022, o Natal caiu em um sábado, tendo a sexta-feira como último dia útil para vendas. Em 2023, com o dia 25 de dezembro sendo celebrado na segunda-feira, os lojistas apostam no domingo para as últimas compras antes da ceia. Tanto as lojas de shopping quanto as lojas de rua devem abrir na véspera de Natal.
Além disso, segundo as entidades, há um ambiente macroeconômico melhor para compras este ano. A Fecomércio-RS, que não divulga projeções numéricas para a data, espera um crescimento em vendas marginalmente superior ao ano passado. Patrícia Palermo, economista-chefe da entidade, lembra ainda a ausência de outros eventos paralelos concomitantes, como a Copa do Mundo e a turbulência eleitoral, que afetaram as intenções de consumo como um todo no Natal passado.
— Temos um cenário mais favorável às compras. Este ano, tivemos melhora em várias questões: inflação mais comportada, mercado de trabalho gerando mais vagas e massa de salário melhor, taxa de juros caindo. É um cenário positivo. Todavia, ainda temos pessoas bastante endividadas, muitas inadimplentes e com dificuldade de acesso ao crédito, inclusive com restrição das lojas em oferecer compras a prazo por causa disso — comenta Patrícia.
— A economia está mais estabilizada, tem um dia a mais para vendas, o juro está caindo, a pandemia foi controlada. São vários fatores positivos para gerar um consumo maior — completa o presidente do Sindilojas.
Segundo Piva, as pesquisas e o contato com os lojistas indicam que este deve ser o melhor Natal desde 2019. Conforme a projeção da entidade, cada consumidor deve dar, em média, quatro presentes, com um gasto médio total de R$ 729,00. O ticket médio deve girar em torno de R$ 187,00.
Já a Fecomércio-RS projeta que o gasto médio por presente deva ser de R$ 165,24. Patrícia Palermo destaca que um número menor de pessoas deve presentear este ano, mas comprando mais. O perfil, diz, é de um consumidor mais cauteloso e que opta pelo melhor preço. Itens de vestuário (58,2%), brinquedos (42,6%) e calçados (19,2%) estão entre os mais buscados para presentear.
— Todas as nossas pesquisas apontam que o preço é fator determinante para compras, o que significa apostar nas vitrines. Outro ponto interessante é que as pessoas tendem a repetir as lojas em que compraram no ano passado: 61,7% disseram que vão comprar na mesma loja — destaca.
Ainda segundo as pesquisas, mais da metade dos consumidores pretende fazer as compras nesta semana, com ainda maior procura nos dias que antecedem a data, especialmente nos dias 22, 23 e 24 de dezembro.