Porto Alegre registrou em julho a maior inflação entre as demais capitais brasileiras pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A variação na capital gaúcha saltou de -0,02% em junho para 0,53% em julho, puxada principalmente pela alta do preço da gasolina (6,98%). No país, a inflação oficial foi de 0,12% em julho.
Apesar da maior alta, Porto Alegre mantém situação “mais confortável” de preços em relação às demais cidades. E a resposta vem da variação em 12 meses, explica o economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
A inflação acumulada da Capital é de 3,73% em um ano, mantendo-se abaixo da média nacional, que é de 3,99%. A comparação neste recorte de tempo permite noção mais real do comportamento dos preços por parte do consumidor:
— A variação de um mês para o outro não conta exatamente a história da inflação que a população percebe, e sim a taxa em 12 meses, que é aquilo que vem acumulando no tempo. Como Porto Alegre está abaixo da média nacional, isso coloca a Capital numa situação até mais confortável que outras cidades do país. Os preços subiram menos quando olhamos para julho do ano passado — diz Braz.
O dado também indica que Porto Alegre segue ritmo de inflação mais próximo da meta do que a nacional. A meta para esse ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,25%. No Brasil, a menor taxa em 12 meses está com São Luís (1,8%), no Maranhão, enquanto a maior é de Vitória (5,19%), no Espírito Santo.
— Quanto mais perto essa inflação estiver de 3,25%, melhor para a cidade — acrescenta o economista.
Por grupos, além da alta em Transportes (3,19%), tiveram aumento de preços em julho os grupos Educação (0,78%), Despesas Pessoais (0,30%) e Vesturário (0,15%). No sentido oposto, tiveram queda os itens de Alimentação e bebidas (-0,44%), Habitação (-0,56%), Artigos de residência (-0,16%), Saúde e cuidados pessoais (-0,04%) e Comunicação (-0,15%).