Marta Sfredo

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A coluna online é um pouco diferente da GPS da Economia, de Zero Hora, que também assino. Aqui, cabe tudo. No jornal impresso, o foco é em análise dos temas que determinam a economia (juro, inflação, câmbio, PIB), universo empresarial e investimentos.

Fogo sem controle

Em tempos de queimadas "apocalípticas" na Califórnia, como estão as da Amazônia?

Desmatamento na floresta tropical cresceu em novembro pelo sexto mês consecutivo, mas acumulado em 12 meses foi o menor desde 2017

Marta Sfredo

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Enquanto o fogo devora as matas da Califórnia e chega perto até da legítima "Calçada da Fama", não poucos brasileiros se perguntam como está a situação da Amazônia, que teve novo surto de queimadas em setembro passado.

Novembro de 2024 – ainda não há dados fechados para dezembro – foi o sexto mês consecutivo de aumento na destruição da floresta, conforme o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Cresceu tanto o desmatamento – remoção completa da vegetação –, quanto a degradação florestal – dano causado por fogo ou  extração de madeira. 

O acumulado de janeiro a dezembro é o menor desde 2017 (veja gráfico), mas o sétimo maior desde 2008, quando o Imazon implementou seu sistema de monitoramento por satélite. Conforme as imagens, as áreas desmatadas passaram de 116 km² em novembro de 2023 para 164 km² no mesmo mês neste ano, aumento de 41%. Já as degradadas passaram de 1.566 km² para 2.882 km², 84% a mais.

Embora menos ruim do que poucos meses atrás, a situação não é boa. Novembro não é mês de seca na floresta amazônica, ao contrário: é quando começa a temporada mais úmida, que vai até março. Ou iria, dado o tamanho da mudança do clima.

— Esses aumentos consecutivos mostram a necessidade de ações de prevenção mais efetivas tanto em relação ao desmatamento quanto à degradação. E principalmente a partir de maio, quando as chuvas na Amazônia deverão reduzir — alerta o pesquisador do Imazon Carlos Souza Jr.

A estatística é de exatos 12 meses antes da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém. E o Pará teve tanto o maior desmatamento – 95 km², equivalente a 58% do detectado em toda a Amazônia – e a mais ampla degradação – 1.118 km², 39% da região.

Califórnia e Amazônia enfrentam a mesma dificuldade: os períodos regulares de chuva e seca estão sendo condicionados pela mudança do clima, que intensifica fenômenos naturais. No caso de Los Angeles, um dos eventos regulares que se tornou mais severo é o chamado "vento de Santa Ana", que sobra do continente para a costa e ajudou a espalhar as chamas.

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