Conselheiros da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs) aprovaram nesta terça-feira (11) os novos valores que compõem a tarifa de gás natural cobrada pela Sulgás. Com a atualização, a concessionária, prevê redução média de 17,9% no custo para quem compra o produto.
O preço de venda do gás passou para R$ 2,2853 por metro cúbico — aqui entram variações do preço internacional do petróleo, oscilações da taxa de câmbio e eventuais mudanças no custo cobrado pelos operadores dos gasodutos de transporte. Já a chamada margem bruta da concessionária (que serve para garantir a manutenção e a expansão da rede de gás e é revisada anualmente) ficou em R$ 0,4681 por metro cúbico. Juntos, os valores resultaram em uma tarifa média de R$ 2,7534 por metro cúbico.
Um dos pontos que vinha sendo cobrado da Sulgás é o repasse da redução de 8,1% do preço do gás natural cobrado pela Petrobras. Segundo a concessionária, a porcentagem está embutida no novo valor da tarifa.
Apesar do anúncio da queda média no valor do gás vendido no Estado, os técnicos da Sulgás ainda trabalham no cálculo do custo para cada setor. Além dos dois itens acima, ainda incidem sobre o valor final da tarifa os impostos, como ICMS e PIS/Cofins. A concessionária tem 10 dias para enviar a tabela dos preços atualizados para nova análise da Agergs.
Críticas
A Abrace Energia, que representa grandes consumidores, como Gerdau, Braskem e GM, critica a atualização promovida pela Sulgás. Segundo a analista de energia da associação, Clara Diniz, o reajuste específico da margem bruta representa aumento de 25% e posiciona a concessionária com a quarta maior margem industrial do país. Ela ainda afirma que a margem representa somente 17% do custo da tarifa final, mas já tem onerado os custos de forma relevante.
A analista projeta que, para o próximo trimestre, pode haver elevação nos custos para o consumidor final, a depender de reajustes do dólar e, principalmente, da cotação do petróleo Brent. A representante da Abrace Energia também cobra mais transparência da Agergs no acompanhamento da relação entre o que é cobrado pela distribuidora e o preço repassado ao consumidor. Além disso, Clara pede um olhar mais atendo sobre os períodos de reajustes.
— Em 2022, tivemos três reajustes, e, em 2023, vamos ter o primeiro agora — lembra.