Após o governo Lula se comprometer a pedir a retirada da proposta de reforma administrativa que a gestão de Jair Bolsonaro enviou ao Congresso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (6) que está sempre disposto a combater privilégios no serviço público.
— Sempre estamos dispostos a cortar privilégios, mas precisamos de mais apoio. Quanto mais transparência tivermos sobre os privilégios que existem, mais fácil será a nossa tarefa de convencer o Congresso a cortar. O governo não paga porque quer, paga porque uma lei exige — afirmou, em entrevista à BandNews.
Ele ponderou, no entanto, que esses eventuais abusos são muito menores do que os privilégios tributários concedidos a grandes empresas — que estão na mira da equipe econômica.
— Abusos também acontecem, mas é um pingo no oceano perto do gasto tributário que algumas pouquíssimas empresas conseguiram no Congresso — completou.
Para o ministro, se o governo e o Parlamento tiverem medo de enfrentar grandes interesses, o país vai continuar "patinando".
— Se acabarmos com os privilégios de quem não precisa, sociedade terá ambiente econômico muito melhor. Não podemos continuar punido trabalhadores para privilegiar meia dúzia de tubarões — concluiu.