Em passagem por Porto Alegre, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou nesta segunda-feira (20) que a paralisação de produção em montadoras no país deve servir como um recado para o Banco Central reduzir a taxa básica de juros. Marinho disse esperar que as férias coletivas anunciadas pelas fábricas de automotores sensibilizem o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
— Isso é bom para o presidente do Banco Central ouvir, escutar e olhar e observar. E quem sabe tocar a sua sensibilidade de que é hora e tem condições de reduzir os juros no Brasil. Os juros no Brasil, como disse o presidente da Fiesp Josué Gomes, são pornográficos. Até os bancos tão dizendo que os juros estão altos — disse Marinho, que acrescenta:
— Portanto, eu preciso que o presidente do Banco Central escute esta mensagem e na próxima reunião do Copom a gente possa ter um alívio para as atividades econômicas no Brasil. É tudo o que nós desejamos.
Recentemente, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) afirmou, em entrevista coletiva, que entendia ser preciso que o país reduzisse os juros para a retomada do crescimento do setor.
O presidente Lula e integrantes do primeiro escalão do governo têm elencado críticas à política de juros desde o início da gestão. Eles argumentam que o patamar atual de juros inibe a retomada econômica do país. O BC tem mantido os juros em linha elevada com a justificativa de que a medida é necessária para controlar a inflação.
Na mesma resposta, o ministro do Trabalho e Emprego indicou que duas montadoras chinesas devem confirmar investimentos no Brasil durante a viagem de Lula ao país asiático.
— Temos expectativa de vários acordos, mas duas empresas chinesas, montadoras de veículos, devem anunciar nesta viagem do presidente Lula a vinda para o Brasil. Uma talvez para a Bahia, outra talvez para São Paulo — disse Marinho.