O Ibovespa ganhou impulso na tarde desta quinta-feira (16) e chegou a se reaproximar dos 104 mil pontos na máxima da sessão. No encerramento desta quinta, a referência da B3, vindo de cinco perdas seguidas, mostrava alta de 0,74%, a 103.434,66 pontos, entre mínima de 102.454,77 e máxima de 103.911,26, saindo de abertura aos 102.682,65 pontos na sessão. O dólar refletiu o alívio e fechou em baixa, a R$ 5,2398.
O resultado positivo vem após a confirmação do apoio do Banco Central da Suíça ao Credit Suisse. Na quarta-feira (15), o mercado foi abalado pelo anúncio do principal acionista do banco suíço, que havia descartado mais assistência financeira à instituição.
Após ter sido reforçado na quarta-feira pelo vencimento de opções sobre o índice, o giro financeiro ficou hoje em R$ 26,6 bilhões. Na semana, o Ibovespa limita perda (-0,18%) no intervalo. No mês, ainda cede 1,43% e, no ano, cai 5,74%.
De quarta para quinta-feira, a preocupação global sobre a possibilidade de crise de crédito, tanto na Europa como nos Estados Unidos, recuou, tendo em vista as movimentações não só de autoridades monetárias da Suíça e da zona do euro como também do próprio sistema financeiro norte-americano, no sentido de se bloquear deterioração ou mesmo contágio.
Queda no dólar
Em queda contida pela manhã, o dólar à vista aprofundou o ritmo de baixa ao longo da tarde e encerrou a sessão desta quinta-feira cotado a R$ 5,2398, desvalorização de 1,03%, após registrar mínima a R$ 5,2368 na reta final dos negócios. Apesar do refresco desta quinta, a semana ainda é de perdas para o real, com o dólar acumulando ganhos de 0,61% no mercado doméstico de câmbio.
Após o estresse na quarta com os problemas de liquidez do Credit Suisse, que aumentaram o mal estar provocado pela quebra de bancos regionais nos EUA, em especial do Silicon Valley Bank (SVB), os ativos de risco experimentaram uma recuperação hoje, com investidores ponderando o risco de crise sistêmica e recessão global.
Ao anúncio na quarta à noite de linha de 50 bilhões de francos suíços do Banco Nacional da Suíça ao Credit Suisse somaram informações de que um grupo de bancos norte-americano vai depositar US$ 30 bilhões ao First Republic Bank, que também enfrenta problemas de liquidez.
— Tivemos um alívio no pessimismo lá fora hoje com o socorro aos bancos, o que tirou pressão sobre os ativos de risco. As divisas emergentes perderam nos últimos, mas o real até que ficou bem ancorado. Caso o novo arcabouço fiscal não decepcione e o ambiente externo desanuvie, o dólar pode voltar para a casa de R$ 5,10. Por enquanto, o ambiente ainda deve ser de volatilidade, com receio de que apareça outro banco com problemas — afirmou o CIO (Chief Information Officer, do inglês) da Alphatree Capital, Rodrigo Jolig.
Bolsas nos Estados Unidos
Os mercados acionários de Nova York fecharam em alta nesta quinta, recuperando parte das fortes perdas da quarta-feira. Os ganhos se fortaleceram após 11 grandes instituições financeiras confirmarem apoio ao First Republic Bank.
O índice Dow Jones subiu 1,17%, aos 32.247,61 pontos, o S&P 500 avançou 1,76%, aos 3.960,33 pontos e o Nasdaq fechou em alta de 2,48%, aos 11.717,28 pontos.