A Caixa Econômica Federal anunciou nesta sexta-feira (24) que os empréstimos consignados para os beneficiários do Auxílio Brasil — que voltará a ser chamado de Bolsa Família — serão suspensos em definitivo.
O banco não informou o motivo para o cancelamento da linha de crédito, mas o governo federal já vinha criticando o grau de comprometimento financeiro dos contratantes desses empréstimos. Com isso, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) publicou portaria, no começo de fevereiro, reduzindo de 40% para 5% o limite do desconto do benefício em folha.
A linha de crédito já estava suspensa desde 12 de janeiro para revisão. Em nota, a Caixa afirma que "os estudos técnicos sobre o Consignado Auxílio foram concluídos e que o banco decidiu retirar o produto de seu portfólio".
Para os contratos já realizados, nada muda. "O pagamento das prestações continua sendo realizado de forma automática, por meio do desconto no benefício, diretamente pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS)", complementa o comunicado.
A Caixa não vinha atualizando os dados de contratação da linha de crédito. Os últimos dados oficiais divulgados pela instituição são de outubro do ano passado, poucos dias depois do lançamento do produto. Em três dias, foram liberados R$ 1,8 bilhão a 700 mil pessoas, no valor médio de R$ 2,6 mil.
O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) classificou a medida como eleitoreira e chegou a pedir a suspensão dos empréstimos consignados. A Caixa prestou esclarecimentos à Corte e chegou a suspender temporariamente a liberação do crédito logo após o resultado do segundo turno das eleições.