O aumento em R$ 0,20 no preço do litro da gasolina em grande parte dos postos de Porto Alegre levantou dúvidas ao consumidor sobre as razões pelas quais o combustível está mais caro. O último reajuste anunciado pela Petrobras foi feito em 11 de agosto e, portanto, um crescimento no valor da bomba não era esperado.
Desde quarta-feira (6), ouvintes relataram à Rádio Gaúcha preços acima dos verificados nos últimos dias. Levantamento da reportagem apontou que os valores mais comuns registrados na manhã desta quinta-feira (7) estavam entre R$ 6,56 e R$ 6,59.
Em entrevista ao programa Gaúcha+, da Rádio Gaúcha, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal'Aqua, afirmou que o reajuste decorre de decisões individuais dos revendedores. Segundo ele, nem sempre isso se dá em razão de uma política de preços da Petrobras:
— Como os postos compram das distribuidoras, o aumento não é apenas quando há um reajuste de preços da Petrobras. As próprias distribuidoras costumam elevar o preço alegando alta de produtos como o etanol. O que está chegando é uma conta que recai sobre o revendedor. Temos visto diversos postos falindo, mas nunca iremos ver uma distribuidora indo à falência.
Para além disso, Dal'Aqua destaca uma política de competitividade entre os postos que pode ter estimulado uma crescimento generalizado.
— O dono do posto está sempre de olho na placa do vizinho, seja quando (o preço) aumenta seja quando baixa. O que pode ter acontecido, embora não possa entrar em detalhes individuais, é uma rede que, por algum motivo, resolveu alterar seu valor e estimulou o mercado local.
São diversos os fatores que influenciam no custo final da gasolina. Um dos principais é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços(ICMS), que, no Rio Grande do Sul incide em 30% sobre o produto. Com a diminuição das alíquotas para 25%, prevista para ocorrer a partir de dezembro, há uma expectativa por parte da Sulpetro de que o combustível passe a pesar um pouco menos no bolso dos gaúchos.