Em meio a processo que pode levar à privatização, a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) acaba de fazer um pedido de empréstimo de R$ 453 milhões junto ao Banco Mundial. Em entrevista à Rádio Gaúcha, no programa Gaúcha Atualidade, o diretor-presidente da estatal, Roberto Barbuti, disse que o movimento acontece para que a estatal siga operando até que haja uma definição sobre seu futuro.
O valor será investido em reparos físicos na rede de saneamento. O executivo disse que as perdas "físicas" — canos estourados e ligações clandestinas, por exemplo — representam 80% do prejuízo. O restante, ele chama de perdas "comerciais".
Contrariando a promessa feita na campanha de 2018, o governador Eduardo Leite anunciou no dia 18 de março a intenção de privatizar a estatal, justificando que a aprovação do novo marco legal do saneamento motivou a mudança de planos.
A nova lei exige que o Estado universalize o serviço até 2033 e, caso não consiga cumprir as metas, uma série de contratos pode ser quebrados junto aos 317 municípios que atende atualmente.
Para a privatização avançar, ela precisa ser aprovada em um plebiscito. O presidente da Corsan espera que haja a liberação dessa exigência pela Assembleia Legislativa, e que a empresa consiga passar à iniciativa privada ainda neste ano. Ele revelou que, caso a operação não aconteça, a empresa tem um "plano B", porém não entregou detalhes do que seria.
O Executivo trabalha em uma proposta de emenda constitucional (PEC) que retira a obrigatoriedade da consulta para a venda do controle de estatais, entre elas o Banrisul, Procergs, e a própria Corsan.
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