O Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu aos países ricos, nesta segunda-feira (5), para aumentar o investimento público para acelerar a reativação da economia, afetada pela pandemia de coronavírus, deixando de lado sua tradicional preocupação com a dívida.
Os investimentos públicos têm "um papel central" na reativação econômica, considerou a organização, ao destacar que os países ricos deveriam se beneficiar dos custos historicamente baixos dos créditos para aumentar imediatamente seus gastos de manutenção de infraestruturas.
O mundo está em recessão, mas "estamos em uma situação inédita com custos de crédito muito baixos, infraestruturas debilitadas, até mesmo nas economias avançadas", e muitas pessoas em paralisação que precisam trabalhar, argumentou Paolo Mauro, um dos responsáveis do Departamento de Assuntos Orçamentários do FMI.
— O investimento público pode oferecer esse apoio necessário para a atividade econômica e criação de emprego — acrescentou o economista ao apresentar um capítulo do relatório sobre vigilância orçamentária antes das reuniões do FMI.
Segundo o Fundo, aumentar o investimento público em um valor equivalente a 1% do PIB em dois anos estimularia o crescimento em 2,7%, o investimento privado em 10% e o emprego em 1,2% em nível global, se forem investimentos "de alta qualidade".
— Na Europa, isso criaria entre 2 milhões e 3 milhões de empregos, nos Estados Unidos seriam quase 2 milhões de empregos — destacou Mauro.
Segundo as estimativas do Fundo, entre dois e oito empregos são criados a cada milhão de dólares investido em infraestrutura tradicional, e entre cinco e 14 empregos novos são criados a cada milhão investido em pesquisa e desenvolvimento, energia sustentável ou prédio eficientes energeticamente.