A possibilidade de pagar e receber recursos de dois a 10 segundos fez com que 140 mil cadastros fossem registrados só nas primeiras duas horas de funcionamento da primeira etapa da implantação do Pix, o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central (BC).
A grande procura pelo sistema chegou a causar instabilidades em alguns bancos. Conforme Carlos Eduardo Brandt, do Departamento de Competição e Estrutura do Mercado Financeiro do BC, houve "questões pontuais com algumas instituições", por problemas de conexão, mas o sistema opera com normalidade.
Nesta segunda-feira (5), foi aberto o prazo oficial para o registro da chamada "chave" do sistema, uma espécie de identificação do usuário. Cada pessoa pode cadastrar até cinco chaves, como CPF, número de telefone celular ou e-mail (veja mais detalhes abaixo). Para pessoas físicas, as transações serão gratuitas.
No caso das empresas, é possível registrar até 20 chaves diferentes. Nesse caso, haverá cobrança, mas por valor muito menor do que atualmente se paga para fazer as transferências tradicionais (DOC e TED). Cada banco vai definir sua tarifa. O custo do BC para os bancos será de R$ 0,10 a cada 10 transações, ou seja, apenas para cobrir os custos. Na manhã desta segunda-feira, o BC fez uma live com executivos da área para explicar o funcionamento do novo sistema. O nome Pix não é exatamente uma sigla, é uma referência a "pagamento instantâneo eletrônico".
Embora o cadastro tenha começado nesta segunda-feira, bancos já estavam fazendo pré-cadastros, alguns com campanhas agressivas, como a do Santander. E apesar da estreia oficial do registro, será preciso esperar mais 40 dias para fazer transações pelo Pix: os pagmentos instantâneos começam a funcionar para todos em 16 de novembro.
O que é preciso para entrar no Pix
1. Para usar o sistema, será preciso ter uma identidade, a "chave de endereçamento", que pode ser CPF ou CNPJ, e-mail, número de telefone celular. Também existe a possibilidade de cadastro de um Endereço Virtual de Pagamento (EVP), forma de usar o Pix sem precisar informar dados pessoais ao pagador. É um conjunto de números, letras e símbolos gerados aleatoriamente.
2. Para pagar, será preciso informar a identidade de quem vai receber. Também é possível abrir um link enviado pelo destinatário dos recursos ou ainda ler um QR Code com o celular no aplicativo do banco ou fintech registrado no BC.
3. Para receber, basta informar a identidade ao pagador, ou gerar um link no aplicativo do participante ou ainda criar um QR Code e enviá-lo ao pagador.