O presidente Jair Bolsonaro editou nesta terça-feira (26) uma Medida Provisória que garante reajuste para policiais do Distrito Federal, que são custeados pelo Tesouro Nacional. Com isso, a categoria deve ficar de fora do congelamento salarial de servidores defendido pelo ministro da Economia Paulo Guedes.
A assinatura da MP foi anunciada pelo vice-governador do DF, Paco Britto (Avante), que participou da cerimônia fechada no Palácio do Planalto. Também acompanharam o ato o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF), um dos mais próximos aliados de Bolsonaro.
A publicação de uma medida concedendo o benefício aos policiais e bombeiros do DF vinha sendo negociada entre Bolsonaro e o governador Ibaneis Rocha (MDB) para ocorrer antes da sanção de um pacote de auxílio da União a estados e municípios.
Isso porque o pacote federativo deverá vir com um veto que barra reajustes e novas contratações permanentes de servidores até o final de ano que vem.
O aumento aos policiais e bombeiros do DF foi autorizado por um projeto de lei votado em 13 de maio pelo Congresso Nacional.
A proposta alterou a lei orçamentária de 2020, prevendo o pagamento aos profissionais retroativo a janeiro deste ano.
O texto permite aumento de 8% para policiais civis do Distrito Federal e de 25% para policiais militares e para os bombeiros do DF. A previsão feita no período de votação do projeto era de um impacto de quase R$ 505 milhões.
Nesta terça no Planalto, o vice-governador Britto confirmou os valores que constavam na autorização, mas argumentou que o reajuste médio para os policiais civis e militares, além dos bombeiros, será de 8%.
Policiais de Rondônia, Roraima e Amapá também foram incluídos
Em uma rápida coletiva de imprensa após a cerimônia, Britto evitou chamar a MP de reajuste e disse que se trata, na verdade, de uma "recomposição".
— Não estamos falando de um reajuste, estamos falando de uma recomposição de anos atrás, igual aconteceu com os outros ex-territórios.
De acordo com ele, os policiais dos ex-territórios, e hoje Estados, de Rondônia, Roraima e Amapá também foram incluídos na MP.
— Foi uma correção para a melhor polícia do país. Equiparação do salário, não foi um aumento, que o presidente da República e o Congresso fizeram e aprovaram. Reconhecendo o DF como a melhor polícia militar do país e a melhor polícia civil — disse o vice-governador.