Embora os decretos de alguns município, como Caxias do Sul, já permitissem a atividade industrial, esta segunda-feira (13) marca o retorno ao trabalho em algumas das maiores empresas da Serra. O motivo para as fábricas aguardarem ao menos uma semana para religar as máquinas é o fim das férias coletivas de 20 dias dos funcionários, no domingo (12).
Em Caxias, o decreto de isolamento social que autorizou a retomada da indústria no último dia 6 permite apenas que 25% do quadro total de funcionários esteja em atividade em cada empresa. Ainda assim, a movimentação em frente à Randon e à Marcopolo, as duas maiores da cidade, era grande pela manhã. Cada uma chamou de volta cerca de 2,3 mil trabalhadores.
Além da limitação no quadro de funcionários em Caxias, as empresas também precisam adotar medidas de segurança. Na Suspensys, empresa do grupo Randon, por exemplo, a entrada dos funcionários foi gradual para que todos passassem por medição de temperatura, com termômetro infravermelho, e recebessem máscaras.
Na fila aguardando o acesso, a assistente administrativa Camila Cristina Boeira, 26 anos, comemorou o retorno e entende que a empresa tem trabalhado pela preservação dos empregos.
— Acredito que, se for gradual, é possível ir retomando. Quando saímos de férias fomos alertados de que o período poderia aumentar, mas que estavam prezando pela saúde. Para a cidade como um todo, acredito que há uma preocupação com o emprego. E também enjoa ficar em casa — afirmou.
Na Marcopolo, no bairro Ana Rech, era grande a fila de ônibus por volta das 7h30min. Ainda assim, o impacto no trânsito era menor do que em situações normais, já que a maior parte dos funcionários segue em casa.
Na Serra, são ao menos 12,5 mil trabalhadores no setor nos 17 municípios de abrangência do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs). Apesar do retorno, o presidente do Simecs, Paulo Spanholi, afirma que 25% no quadro de funcionários ainda é pouco para uma retomada consistente. A entidade defende que as fábricas deveriam trabalhar com ao menos com 50% dos trabalhadores já a partir desta segunda. Em Porto Alegre, não há mudança devido a decreto municipal.