O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou que está aberto a avaliar qual seria a participação do banco no programa Pró-Brasil, desde que seja um plano alinhado com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
— Eu faço parte da equipe do Ministério da Economia e qualquer feedback (sobre esse plano) será conversado com o meu chefe, ministro Paulo Guedes. Nós teremos a tranquilidade de analisar qualquer plano que seja liderado pelo presidente Jair Bolsonaro e verificado pelo ministro Paulo Guedes — afirmou Guimarães.
O Pró-Brasil é um plano de retomada da economia coordenado pelo ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, e que prevê a reativação de obras públicas com recursos do Tesouro como forma criar empregos. O programa, que foge da agenda de Guedes, tem participação da ala militar do governo e sofre resistência do Ministério da Economia.
A fala do presidente da Caixa é o primeiro posicionamento sobre o assunto de alguém relacionado à equipe econômica do governo após a afirmação de Guedes de que o programa seria um "novo PAC", referência ao Programa de Aceleração de Crescimento de gestões petistas — o qual consumiu bilhões do caixa da União e que acabou com um conjunto de obras paradas e inacabadas.
Segundo Guimarães, ainda que a oferta de crédito a valor de mercado para grandes empresas esteja fora dos planos da Caixa, o banco tem grande interesse na área de infraestrutura e saneamento.
— Não faremos programas que fazem sentido mas não estejam no escopo da Caixa. Mas infraestrutura, sim. A Caixa é uma grande parceira de empresas de infraestrutura e de saneamento, então temos um grande interesse. Mas, de novo, primeiro de maneira matemática e, depois se houver esse programa ou qualquer outro, que seja claramente alinhado com o ministro Paulo Guedes — disse.
Mercado de Crédito
Guimarães também afirmou que espera um crescimento entre 5% e 10% na carteira de crédito do banco neste ano, apesar da crise financeira ante a pandemia do coronavírus.
Segundo Guimarães, o banco tem expandido a rentabilidade em áreas fora da necessidade de aumento de reservas para cobrir risco de inadimplência (as chamadas provisões) e que tal movimento tem preservado o bom resultado do banco.
Ele afirma também que o aumento das provisões só deve ser sentido em alguns meses, uma vez que o Banco Central dispensou os bancos, em 16 de março, de elevar o provisionamento em casos de repactuação de dívidas.
— O foco da Caixa é em crédito imobiliário, microcrédito e nas políticas públicas que já somam R$ 150 bilhões de crédito novo no banco. Do ponto de vista da Caixa, o momento é de tranquilidade — disse.