Pelo segundo mês consecutivo, o Rio Grande do Sul teve saldo positivo de criação de empregos formais. Em outubro, o Estado abriu 8.319 vagas de trabalho com carteira assinada, indicam dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O Ministério da Economia divulgou a informação nesta quinta-feira (21).
O resultado gaúcho foi o quarto maior entre as unidades da federação. Decorreu da diferença entre 93.649 contratações e 85.330 demissões. Apesar de positivo, o desempenho foi inferior ao de igual período de 2018. Na época, o Rio Grande do Sul havia registrado abertura de 9.319 empregos.
Entre os oito setores pesquisados, o comércio teve o maior destaque. No último mês de outubro, o segmento apresentou saldo positivo de 4.353 vagas de trabalho. A elevação tem efeitos sazonais, sinaliza Patrícia Palermo, economista-chefe da Fecomércio-RS:
— As empresas começam a contratar para atender a demanda característica do final de ano. Além disso, a Black Friday vem ganhando espaço no calendário de consumo das famílias, o que gera impacto sobre as contratações.
No sentido contrário ao comércio, a construção civil teve o pior desempenho no Estado, com fechamento de 36 vagas em outubro. Intensivo em mão de obra, o setor foi um dos mais abalados pela crise econômica.
Com o desempenho de outubro, o Rio Grande do Sul acumula saldo positivo 26.225 empregos criados ao longo de 2019. Em 12 meses, o Estado soma 14.312 novas vagas.
Saldo por setor no RS em outubro
- Comércio: 4.353
- Serviços: 1.654
- Agropecuária: 1.389
- Indústria de transformação: 995
- Administração pública: 4
- Extrativa mineral: -11
- Serviços industriais de utilidade pública: -29
- Construção civil: -36
Sétimo mês positivo no Brasil
Em outubro, o mercado de trabalho do país também ficou no azul. No período, o Brasil gerou 70.852 vagas com carteira assinada, fruto da diferença entre 1.365.054 contratações e 1.294.202 demissões. Trata-se do sétimo resultado positivo em sequência e o melhor para outubro desde 2017.
— A criação de vagas vem ganhando mais tração no país do que no Estado. Isso está relacionado ao fato de que o Brasil sofreu maior deterioração de empregos do que o Rio Grande do Sul. Logo, tem maior necessidade de abertura de vagas — explica Patrícia.
No país, o comércio também teve o melhor desempenho entre os setores. Em outubro, esse segmento apresentou saldo positivo de 43.972 novas vagas. No sentido contrário, a agropecuária amargou o pior resultado, com fechamento de 7.819 postos.
Das 27 unidades da federação, 23 tiveram variação positiva no mês passado, com destaque para Minas Gerais (12.282). Na sequência, o ranking apresenta São Paulo (11.727) e Santa Catarina (11.579). Na outra ponta, o Rio de Janeiro teve o pior saldo, com fechamento de 9.942 postos de trabalho. Para analistas, a abertura de empregos tende a ganhar força em caso de melhor desempenho da economia nos próximos meses.
— Não existe uma única saída da crise, uma bala de prata. A economia está em processo de retomada, só que o ritmo ainda não é estrondoso. Há crescimento nas concessões de crédito, o juro está menor. É o somatório de forças que pode acelerar a reação. Por outro lado, existem incertezas, como a situação da Argentina, destino de exportações industriais do Brasil — pondera Patrícia.