Pelo sétimo mês consecutivo, o saldo de criação de empregos formais foi positivo no Brasil. Em outubro, o país abriu 70.852 vagas de trabalho com carteira assinada, indicam dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O Ministério da Economia divulgou as informações nesta quinta-feira (21).
O resultado decorreu da diferença entre 1.365.054 contratações e 1.294.202 demissões. Trata-se do melhor saldo para o mês desde 2017, quando o Brasil havia gerado 76.599 empregos.
— A criação de vagas vem ganhando mais tração no país do que no Estado. Isso está relacionado ao fato de que o Brasil sofreu maior deterioração de empregos do que o Rio Grande do Sul. Logo, tem maior necessidade de abertura de vagas — explica a economista-chefe da Fecomércio-RS, Patrícia Palermo.
O comércio teve o melhor desempenho entre os setores. Em outubro, esse segmento apresentou saldo positivo de 43.972 novas vagas. No sentido contrário, a agropecuária amargou o pior resultado, com fechamento de 7.819 postos.
Das 27 unidades da federação, 23 tiveram variação positiva no mês passado, com destaque para Minas Gerais (12.282). Na sequência, o ranking apresenta São Paulo (11.727) e Santa Catarina (11.579). Na outra ponta, o Rio de Janeiro teve o pior saldo, com fechamento de 9.942 postos de trabalho.
O Rio Grande do Sul registrou o quarto maior saldo entre os Estados, com abertura de 8.319 empregos. Para analistas, a abertura de vagas tende a ganhar força em caso de melhor desempenho da economia nos próximos meses.
— Não existe uma única saída da crise, uma bala de prata. A economia está em processo de retomada, só que o ritmo ainda não é estrondoso. Há crescimento nas concessões de crédito, o juro está menor. É o somatório de forças que pode acelerar a reação. Por outro lado, existem incertezas, como a situação da Argentina, destino de exportações industriais do Brasil — pondera Patrícia.