O Rio Grande do Sul perdeu 1.988 postos de trabalho com carteira assinada no mês de agosto, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia. Ao lado de Sergipe, é um dos dois Estados com mais demissões do que contratações no Brasil, que teve expansão de vagas no mês.
É o sexto ano consecutivo com resultado negativo no mês de agosto no Rio Grande do Sul. A Indústria de Transformação teve o pior resultado, com perda de 4.523 postos de trabalho no mercado formal —foram contratadas 19.916 pessoas e demitidas 24.439.
Em números absolutos, o setor de serviços foi o que mais contratou (2.766), seguido do comércio (182) e do setor de serviços industriais de utilidade pública (71). Os demais setores demitiram mais do que contrataram. O líder em demissões foi a indústria de transformação (-4.523), seguida da construção civil (-322) e do setor agropecuário (-141).
Municípios
Dos 71 municípios gaúchos pesquisados, os piores saldos de trabalho com carteira assinada em agosto, em relação ao estoque de empregos do mês anterior, foram de Venâncio Aires (-8,81%), Santa Cruz do Sul (-5,05%) e Vacaria (-2,28%). Já os melhores foram Soledade (2,99%), Rio Pardo (1,26%) e Taquara (1,03%). Em Porto Alegre, foram criados em agosto 766 postos de trabalho formal, aumento de 0,14%.
Em relação aos números de agosto, o economista-chefe da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), André Nunes de Nunes, destaca que são normais, devido à sazonalidade, principalmente do setor fumageiro.
— Dos 4.523 postos fechados, 3,9 mil são por conta do tabaco. Esse setor contrata muito de janeiro a abril e, a partir de agosto, começa a dispensar — destaca.
No que diz respeito aos números da indústria dos últimos 12 meses, Nunes considera ruins, já que estão livres dos efeitos sazonais.
— É o quarto mês seguido de fechamento de postos no Rio Grande do Sul. Mostra o enfraquecimento da atividade industrial — admite Nunes.
Sobre a construção civil, o economista lembra que houve abertura de vagas na média do país e fechamento no Estado.
— A gente tem uma abertura de 43 mil vagas no país nos últimos doze meses e redução no Estado. Quer dizer que a construção está um pouco mais lenta aqui. Está se recuperando numa velocidade mais devagar do que o resto da economia brasileira.
Mais dados
Em relação ao acumulado do ano (janeiro a agosto de 2019) e nos últimos 12 meses (setembro de 2018 a agosto de 2019), os saldos são positivos no Rio Grande do Sul. Em 2019, foram criados 16.095 empregos, e em um ano, 15.046.