Apesar de dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) indicarem que o cenário econômico para a indústria continuou ruim em junho, a expectativa do setor para os próximos meses se manteve positiva.
A falta de demanda, as condições financeiras debilitadas, a insatisfação com a margem de lucro e o excesso de estoque indicam que a retomada da indústria brasileira está distante de ocorrer, segundo informações divulgadas nesta segunda-feira (22) pela CNI.
A preocupação com a demanda interna insuficiente, por exemplo, cresceu entre o 1º e o 2º trimestre deste ano. Nos primeiros três meses de 2019, esse foi considerado um problema principal para 37,5% dos entrevistados. Em junho, o número chegou a 41,1%.
Embora haja uma preocupação com a demanda, o maior problema para os entrevistados ainda é a elevada carga tributária. De janeiro a março, essa foi a característica foi apontada como maior entrave por 43,6% dos questionados, mas nos dados atuais ela recuou para 42,4%.
Já o índice que mede a satisfação com a situação financeira, mesmo com aumento de 0,4 ponto percentual em junho, para 45,7 pontos, ainda está abaixo da linha dos 50 pontos que separa as expectativas positivas (mais de 50) e negativas (menos de 50).
Também abaixo da linha ficou a satisfação com o lucro operacional, em 40,1 pontos, em um recuo de 0,2 ponto percentual ante o primeiro trimestre.
Mesmo com esses sinais, o segmento continuou esperançoso em relação aos próximos meses, com alta de meio ponto na expectativa de demanda (para 57,8 pontos em junho) e avanço de 0,4 ponto na expectativa de compra de matéria-prima (para 55 pontos).
A expectativa para o crescimento econômico do Brasil voltou a subir na pesquisa Focus do Banco Central após 20 reduções seguidas, enquanto o cenário para a taxa básica de juros caiu em 2020.
O levantamento semanal divulgado nesta segunda-feira mostrou que a estimativa de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano aumentou em apenas 0,01 ponto percentual, a 0,82%. Para 2020 permanece expectativa de expansão de 2,1%.
A taxa básica de juros Selic continua sendo calculado em 5,5% em 2019, mas para o próximo ano os economistas consultados passaram a vê-la a 5,75%, de 6,00% antes. Atualmente a Selic está no piso histórico de 6,5%.