A despesa do governo brasileiro com servidores públicos atingiu o maior patamar na história em 2018, totalizando R$ 927,8 bilhões na soma dos gastos com pessoal ativo nas esferas municipal, estadual e federal. O levantamento foi realizado pelo jornal Folha de S. Paulo, com informações do Tesouro Nacional.
O valor representa 13,6% do Produto Interno Bruto (PIB), um percentual incomum para outros Estados: de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), em dados referentes a 2016, dentre os países do G20, o único a ultrapassar o Brasil é a África do Sul, que destina 14,2% do seu PIB aos funcionários públicos; França e Canadá se aproximam, com 12,3% e 12,2%, respectivamente.
A cifra também mostra um aumento dos gastos com servidores públicos nos últimos anos. Em 2014, o gasto girava em torno de 12,3% do PIB. De lá para cá, cálculos do Banco Mundial mostram que a remuneração entre os setores público e privado chega aos 67% no Brasil. Ou seja, um trabalhador na mesma função recebe um salário muito maior ao tornar-se empregado do governo.
Pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o fenômeno gera uma discrepância entre o rendimento médio dos funcionários públicos e militares em relação aos celetistas e assalariados sem carteira de trabalho assinada. Enquanto os primeiros têm um ganho em torno dos R$ 4.235, os outros recebem em média R$ 2.175 e R$ 1.390, respectivamente.