O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado (20) que preferia não precisar liberar recursos de contas do FGTS, mas que tem que adotar a medida para estimular a economia no curto prazo. Segundo ele, "estamos no sufoco".
— Você não tem alternativa, cara. Você está morrendo afogado. Aqui... Um canudinho de 10 centímetros para você respirar. É uma verdade. Eu gostaria que eu não precisasse fazer isso aí. Nós estamos no sufoco. Nós queremos evitar que o governo pare, dado o orçamento nosso (que está) completamente comprometido — afirmou Bolsonaro.
A medida tem gerado críticas por gerar efeito de curto prazo, sem resolver os gargalos da economia para que o país volte a crescer de forma sustentável. O presidente ainda não decidiu quais serão as mudanças nas regras de saque de recursos do FGTS e deve se reunir neste domingo (21) para tratar do assunto.
Bolsonaro declarou que o governo quer avaliar as alternativas e preservar recursos para o setor habitacional.
—Não queremos ser irresponsáveis.
A decisão, segundo o presidente, passará pela equipe econômica. O presidente reforçou que é o ministro da Economia Paulo Guedes quem entende de assuntos econômicos. Apesar de ter criticado a multa de 40% em caso de demissão sem justa causa, Bolsonaro garantiu que não vai acabar com essa medida, mas defendeu que empregado e patrão tenham os mesmos direitos.
— O empregado e o patrão têm que ser uma coisa só, porque o patrão, faturando mais, ele vai vender mais e tem condição de dar um 14° salário, dar um benefício para seu empregado — disse o presidente. Para ele, a multa em caso de demissão sem justa causa desestimulou contratações.
Questionado sobre medidas para estimular a economia, o presidente está estudando lançar um programa chamado Minha Primeira Empresa. O plano seria para que quem atualmente é empregado possa usar recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para abrir um negócio e contratar funcionários. Ele não deu mais detalhes nem prazo para lançar a medida.
Em entrevista a jornalistas ao sair do Palácio da Alvorada, ele também confirmou que está em avaliação um corte de R$ 2,5 bilhões no Orçamento, a ser anunciado na próxima semana.
— Em vez de cortar em seis ou sete ou oito ministérios, e todo mundo morrer praticamente, corta de um só. Vamos matar um ministério só — afirmou.