A bolsa brasileira recuou 1,21% nesta sexta-feira (19), após dois pregões positivos. Investidores se preparam para o início da temporada de balanços do segundo trimestre, que começa na próxima semana. A expectativa é de que a maioria dos resultados seja fraca, devido à atividade econômica vacilante no período.
O dólar acompanhou o viés negativo após a forte queda da véspera e foi a R$ 3,7460, alta de 0,450%.
"Vemos uma temporada de resultados relativamente fraca, frente ao cenário desafiador para a atividade econômica, que impacta as empresas domésticas. De fato, após um primeiro trimestre decepcionante com o PIB caindo -0,2% na comparação trimestral, -0,6% anualizado, esperamos uma leve recuperação no segundo trimestre, com o PIB crescendo apenas 0,3%, ou 1,2% anualizado", diz relatório da XP Investimentos.
Nesta sexta, entre as maiores quedas do Ibovespa estão empresas cujos resultados devem vir fracos, como Via Varejo e Ultrapar, cujas ações cederam 2,85% e 3%, respectivamente.
Na véspera, a bolsa recuperou os 104 mil pontos com a expectativa de um corte mais expressivo no juro dos Estados Unidos após dois membros do comitê do banco central americano defenderem uma queda de 0,5 ponto percentual.
Nesta sexta, em entrevista ao Wall Streel Journal, outro membro do comitê, o presidente do banco central de St. Louis, James Bullard, adotou um discurso diferente. Para Bullard, um corte maior de 0,25 ponto percentual não é necessário.
Além da divergência, a tensão entre Estados Unidos e Irã derrubou as bolsas americanas, que operavam no positivo durante boa parte do dia, impulsionadas por bons números da Microsoft em seu resultado trimestral.
Com a notícia de que um petroleiro britânico teria sido confiscado no Irã, os índices inverteram o sinal e fecharam em queda. Dow Jones recuou 0,25%, S&P 500, 0,62% e Nasdaq, 0,74%.
No Brasil, o Ibovespa recuou 1,21%, a 103.451 pontos. O giro financeiro foi de R$ 12,753 bilhões, abaixo da média diária para o ano, de R$ 15,8 bilhões.
Esta é a segunda semana de queda para o índice, com recuo de 0,44% e manutenção do patamar de 103 mil pontos de segunda (15). No saldo semanal, o dólar tem 0,2% de ganho. A leve alta quebra as duas semanas de queda, em que a moeda depreciou mais de dez centavos.
Depois da aprovação em primeiro turno da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados e início do recesso parlamentar, o mercado financeiro brasileiro aguarda definições sobre a taxa básica de juros, em 31 de julho, e balanços corporativos, acompanhando mais de perto o mercado exterior.
Nesta semana, a curva dos contratos futuros de juros no Brasil inverteu a tendência de queda para os contratos a partir de janeiro de 2021.