Ainda não temos detalhes sobre como será a liberação do FGTS que o governo federal está anunciando que fará. Nem quem estará apto ou quanto poderá ser sacado das contas ativas e inativas. Mesmo assim, já tenho vontade de dizer para o leitor: "Se puder, tire todo o dinheiro possível do fundo de garantia."
Explico: a rentabilidade do dinheiro no FGTS é horrível. Gira em torno de 3% ao ano, que fica abaixo até mesmo dos cerca de 5% da poupança. Lembrando que a caderneta não é nem considerada um investimento porque chega a perder para a inflação.
Então, no melhor dos mundos, as pessoas tirariam o dinheiro do FGTS e colocariam em uma aplicação financeira com retorno melhor. As opções são várias, de Tesouro Direto a ações de empresas negociadas em bolsa de valores. Falando, claro, do ponto de vista de finanças pessoais, já que o recurso do fundo é usado para estimular setores, como o da construção civil ao bancar financiamentos imobiliários.
Mas sabemos que o mundo não é um algodão doce, ou seja, a educação financeira não é um dos pontos fortes do brasileiro. O roteiro para esse dinheiro é o básico das finanças pessoais. Se tem dívidas atrasadas, use o valor para pagá-las. Compre, claro, mas com consciência, sem se endividar demais novamente e girando a roda da economia.
Se não sabe lidar com dinheiro na mão, tome jeito e aprenda. Ou até considere deixar o dinheiro lá mesmo. Apesar dos pesares e da rentabilidade baixíssima, o FGTS ainda é uma segurança para o trabalhador que é demitido. Com ele, consegue cobrir as contas da casa por um tempo enquanto desempregado e até mesmo manter a contribuição para o INSS, que assegura benefícios como pensão por morte e auxílio doença.
Lembra que sempre falamos sobre reserva financeira? É o dinheiro guardado para imprevistos. No caso de desemprego, o cálculo básico aponta que o trabalhador tenha seis meses de salário em uma aplicação financeira de boa liquidez, ou seja, que permita o saque de emergência.
Enquanto isso, a coluna Acerto de Contas fica na torcida para outra medida que é estudada pelo Governo Federal. É, finalmente, melhorar a rentabilidade do FGTS.