A economia do Rio Grande do Sul deve ter um crescimento real — acima da inflação — de 3% no primeiro trimestre de 2019. A projeção é do secretário da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso, que fez um balanço nesta sexta-feira (29) das medidas governo de Eduardo Leite para enfrentar a crise financeira no Estado. Na quarta-feira, o governador assinou seis decretos com ações emergenciais na área das finanças públicas, cinco deles envolvendo despesas e um tratando das receitas.
— Acho que já saímos daquele quadro recessivo — afirmou, em entrevista ao Gaúcha Atualidade. — Eu acredito que a gente consiga terminar o trimestre com crescimento real de 3% acima da inflação, o que é mais o que se prevê que a economia crescerá neste ano — completou.
Principal promessa do governo para este ano, no entanto, o pagamento em dia do funcionalismo continua sendo motivo de preocupação. Na quinta-feira (28), a Secretaria da Fazenda divulgou nenhum servidor do Executivo estadual receberia o salário de março nesta sexta-feira, último dia útil do mês. O primeiro pagamento do salário ocorrerá no dia 10 de abril, para a faixa que ganha até R$ 2 mil. Com 342.912 matrículas, a folha tem um valor líquido de R$ 1,262 bilhão.
O secretário explica que a situação ocorreu com as folhas de outubro e novembro de 2018, cujos pagamentos se iniciariam no dia 12 do mês seguinte. O secretário da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso, diz que o problema é a crise estrutural do Estado e, ainda, os reflexos da antecipação de receita em dezembro, que empurrou o problema dos salários para mais adiante e obrigou o governo a atrasar pagamentos a hospitais, prefeituras e fornecedores.
— Mesmo com esse recurso (antecipação) não se quitou o 13º, não se quitou a folha de dezembro e ainda é meia receita. Então, é como se fossem dois meses e meio de atraso de salário. Eu acho que a recuperação de arrecadação tem felizmente se verificado. Estamos fechando, mas ela tem uma curva ascendente de arrecadação em relação ao ano passado.
Apesar do princípio de avanço, Marco Aurélio enfatizou "não é a arrecadação sozinha que vai que vai melhorar" a crise financeira do Estado, citando os esforços do governo para aderir ao Regime de Recuperação Fiscal. Segundo ele, a principal negociação é em cima da lei de exigência para adesão ao acordo, após o Tesouro Nacional apontar inconsistências no plano de ajuste apresentado pela gestão Sartori. Para o secretário, o RS possui condições de aderir ao mesmo. O governo federal também teria indicado novas possibilidades de operações de crédito, "mas seria muito menos vantajoso".
— Ainda temos construindo os indicados dos planos e em paralelo estão ocorrendo as necessárias negociações legislativas (aprovação de privatizações) — explica — O governo (federal) tem anunciado a possibilidade de fazer novas medidas de apoio ao estado, temos que esperar o que virá.