O secretário-adjunto do Tesouro, Otavio Ladeira, afirmou que o Rio Grande do Sul pode ficar mais tempo em recuperação fiscal caso não venda o Banrisul. Ladeira também disse que essa negativa pode barrar o ingresso do Estado ao regime de recuperação da União, segundo o jornal Folha de S. Paulo. Durante a campanha eleitoral deste ano, da qual saiu vitorioso, o governador eleito Eduardo Leite afirmou ser contrário à privatização do banco estatal. Após vencer o pleito, Leite seguiu com o mesmo posicionamento.
O secretário-adjunto também afirmou que as negociações do governo federal com o Rio Grande do Sul estão avançadas, mas que diversos temas ainda precisam ser resolvidos antes de bater o martelo sobre o acordo. Além do governo eleito do RS, a futura gestão de Minas Gerais também demonstrou interesse em aderir ao regime de recuperação fiscal, segundo Ladeira.
No caso do RS, Ladeira também citou os dados das despesas com pessoal como um dos entraves na negociação.
Essa não é a primeira vez que a venda do Banrisul é citada como uma das principais contrapartidas para a adesão do Estado ao regime. No fim de novembro, a secretária-executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, afirmou, em entrevista ao Gaúcha Atualidade, que o banco estatal é peça-chave para adesão do Rio Grande do Sul ao regime de recuperação fiscal da União. Para ela, não ter o banco na lista de estatais a serem privatizadas é "impedimento total" para o acordo.
A adesão do Rio Grande do Sul ao regime de recuperação fiscal sempre foi uma das principais apostas do atual governador, José Ivo Sartori, para enfrentar a crise financeira do Estado. De acordo com o Piratini, a adesão deve resultar na suspensão do pagamento das prestações mensais da dívida com a União por três anos. Eduardo Leite já declarou que pretende seguir com as conversas com a União, destacando que pretende revisar alguns pontos.