O governo do Rio Grande do Sul defendeu, por meio de nota, que as vendas de ações do Banrisul foram "conduzidas de modo transparente". O comunicado oficial foi divulgado após a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anunciar que abriu processo para apurar as operações.
"O governo do Estado reafirma que as operações de venda de ações do Banrisul foram conduzidas de modo transparente e obedecendo, com absoluta rigidez, a todas as regras determinadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a legislação aplicável", diz trecho do texto do Palácio Piratini.
No mês passado, governo realizou dois leilões para vender papéis do banco. No primeiro, em 10 de abril, o Piratini arrecadou R$ 484,9 milhões com a venda de 26 milhões de ações preferenciais — sem direito a voto. No segundo leilão, em 27 de abril, foram vendidos 2,9 milhões de títulos ordinários — com direito a voto —, com arrecadação bruta de R$ 52,5 milhões. A segunda operação não foi divulgada previamente e pegou parte do mercado de surpresa.
No comunicado divulgado nesta quinta-feira (10), o Piratini afirma que "os resultados da venda das ações preservam o interesse público do Rio Grande do Sul e consolidam a posição do banco no mercado".
"Assim como ocorreu até aqui, o governo do Estado continuará observando todas as regras técnicas e fornecendo todas as informações necessárias aos órgãos de controle", finaliza a nota.
A operação é questionada principalmente pelo Sindicato dos Bancários de Porto Alegre (SindBancários), que alega falta de transparência na negociação. Segundo a entidade, restam dúvidas sobre quem adquiriu as ações e se algum comprador conseguiu lucrar com o repasse dos títulos na transação promovida pelo governo estadual.
O sindicato entregou representações para que Ministério Público de Contas (MPC), Ministério Público do Estado (MP) e Tribunal de Contas do Estado (TCE) analisem o caso.