Pelo segundo mês seguido, a taxa de desemprego caiu na Região Metropolitana e chegou a 11,7% da População Economicamente Ativa (PEA) em fevereiro, percentual que representa, em números absolutos, cerca de 219 mil desempregados na Grande Porto Alegre. A reação do mercado de trabalho começou após dezembro ter atingido taxa de 12,8%, a maior de 2017, com 239 mil pessoas sem ocupação. Foram três elevações consecutivas no fim do ano passado, série rompida no primeiro mês de 2018. Em janeiro, a taxa baixou para 12,1% ou 227 mil desempregados, 8 mil a mais do que o registrado em fevereiro.
Conforme a Pesquisa de Emprego e Desemprego da Região Metropolitana de Porto Alegre (PED-RMPA), divulgada nesta quarta-feira (28), a redução da taxa de desemprego deve-se, em parte, aos 10 mil postos de trabalho gerados pela indústria de transformação e à estabilidade da construção civil. No outro lado da balança está a redução de cargos no comércio, na reparação de veículos automotores e motocicletas e nos serviços.
— Quando a indústria é positiva, o cenário é melhor porque são empregos com carteira assinada, com mais garantias— destaca a economista da FEE Iracema Castelo Branco.
A economista Cecília Hoff avalia como conjuntural a retração do índice:
— Embora tenha caído em relação a janeiro e já tivesse caído em relação a dezembro, a taxa ainda está acima da média do ano passado, que foi de 11,2%. O nível de desemprego está muito elevado.
A pesquisa apontou, ainda, que em fevereiro houve aumento de assalariados (mais 14 mil), tanto no setor privado (mais 12 mil) quanto no setor público (mais 2 mil). No setor privado aumentou o emprego com carteira assinada (mais 12 mil) e permaneceu estável o informal. O levantamento também mostrou elevação da ocupação entre os empregados domésticos (mais 2 mil) e redução entre os trabalhadores autônomos (menos 7 mil).
O rendimento médio real subiu para o total de ocupados (1,9%), assalariados (1%) e autônomos (2,2%), entre janeiro e fevereiro de 2018, alcançando R$ 1.923, R$ 1.977 e R$ 1.572, respectivamente.
Quando se compara a taxa de desemprego com o ano anterior, fevereiro de 2018 registrou alta de 0,9 ponto percentual em relação ao mesmo mês de 2017, passando de 10,8% para 11,7%.
Realizada há mais de 25 anos, de forma ininterrupta, a PED-RPMA é fruto de um convênio envolvendo a Fundação de Economia e Estatística (FEE), o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e a FGTAS. Com a extinção da FEE, o estudo corre risco de ser encerrado. Lúcia Garcia, coordenadora nacional da Pesquisa de Emprego e Desemprego, recebeu em 12 de março um ofício da FEE manifestando desejo de romper o convênio. Conforme os termos dessa comunicação, cessaria a pesquisa de campo em 31 de março e, assim, seria dissolvido o termo de cooperação técnica com o Dieese. Desta forma, seria divulgada apenas mais uma pesquisa, em 25 de abril, com dados de março.