A extinção da Fundação de Economia e Estatística (FEE) e sua substituição pelo Departamento de Economia e Estatística, que causou ruído na divulgação do Produto Interno Bruto (PIB), agora também causa confusão com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Lúcia Garcia, coordenadora nacional da Pesquisa de Emprego e Desemprego, elaborada pelo Dieese em parceira com entidades locais em sete regiões metropolitanas do país, ficou "confusa" ao ter recebido convite para uma apresentação de resultados com o novo departamento.
– Não temos relação formal com esse departamento, não conhecemos, nunca vimos. Ficamos surpresos e confusos. Não entendemos se o governo está nos chamando para namorar ou se está nos agredindo – diz Lúcia.
O motivo da "confusão", explica a economista, é baseado no fato de ter recebido, no dia 12 de março, um ofício da FEE, que caminha para a extinção, manifestando o desejo unilateral de romper o convênio com prazo até 30 de março, sexta-feira. Conforme os termos dessa comunicação, cessaria a pesquisa de campo, e seria dissolvido o termo de cooperação técnica com o Dieese.
– Lamentamos, achamos mal-educada a forma como se rompeu a parceria, mas não temos questão a levantar. Seguimos caminhando no encerramento do nosso compromisso formal com o governo do Rio Grande do Sul, embora continuemos a conversa com FGTAS (Fundação Gaúcha do Trabalho e da Ação Social), que não foi extinta, e tentando contato com a Secretaria do Trabalho., com muita parceria e tranquilidade, buscando a continuidade da pesquisa.
Gaúcha e uma das idealizadoras da pesquisa, Lúcia lembra que a parceria começou em 1990. Pondera, ainda, que nenhum governo elimina medição de taxa de desemprego em ano eleitoral, porque cria incerteza.
Na Secretaria do Planejamento, Governança e Gestão, segue a disposição de manter a pesquisa com nova metodologia, baseada em dados públicos disponíveis no Sistema Público de Emprego e Renda (Isper). Conforme a pasta, o modelo da Pesquisa de Emprego e Desemprego é o mesmo que já vem sendo adotado por 20 outros Estados, e a alteração da metodologia vai gerar economia de R$ 3 milhões.