O primeiro painel do Fórum iRS Os Caminhos para o Futuro do RS, realizado na manhã desta terça-feira (22), na PUCRS, trouxe uma visão pouco otimista para o futuro econômico do Estado. A discussão girou em torno dos resultados da dimensão padrão de vida do indicador, que reúne variáveis de renda, ocupação e desigualdade.
Uma das conclusões é de que maior atenção à formação de capital humano seria a saída sustentável para o problema, mas por enquanto não aparecem sinais de que este caminho é buscado no RS.
O professor do programa de pós-graduação em economia da UFRGS e consultor de organizações como PNUD e FAO, Flávio Comim, concluiu de forma dura:
– O Rio Grande do Sul faliu. Faliu como Estado e está falindo como sociedade – sentenciou.
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Para Comim, um dos principais gargalos do Rio Grande do Sul é a formação de capital humano. E, ao mesmo tempo, a migração para outros Estados da mão de obra mais capacidade, fruto da percepção da falta de perspectivas em solo gaúcho.
– Desenvolvimento depende de fatores de longo prazo – acrescentou Comim, referindo-se também à queda da qualidade da educação no Estado.
Comim avalia ainda que falta à sociedade assumir as mazelas sociais como suas e não apenas ficar esperando soluções do poder público.
Especializada em economia do desenvolvimento, Izete Bagolin, decana associada da Escola de Negócios da PUCRS, avalia que a sociedade gaúcha ainda parece um pouco orgulhosa a ponto de resistir de admitir a falência do Estado.
Izete lembra que o padrão de vida do Estado caiu de 2014 para 2015 um pouco menos que a média nacional, provavelmente em função do agronegócio, mas a capacidade do campo de sustentar a economia do Estado talvez tenha chegado ao limite e seria necessário apostar em outras frentes.
Um dos pontos essenciais é a educação, mas as escolas hoje enfrentam problemas para oferecer um aprendizado de qualidade.
– O Estado não oferece oportunidades a quem busca o mercado e trabalho e nem segurança a para as crianças nas escolas. (Os alunos) São expostos ao tráfico de drogas, a uma organização criminosa que não dá segurança aos pais de levaram as suas crianças na escolas. Nem sabem se estão adquirindo conhecimento – afirmou a decana.