Em momentos de crise, a busca por condições mais favoráveis para o pagamento de empréstimos e financiamentos ganha terreno, e o caminho pode estar na portabilidade de crédito – a transferência das operações do banco onde foram contratadas para outra instituição interessada, sem que o cliente arque com impostos.
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A mudança de um banco para outro pode fazer com que a taxa de juros, por exemplo, seja reduzida e, por consequência, a dívida fique menor. O professor de Economia Alfredo Meneghetti, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), afirma que a portabilidade pode ser vantajosa, mas alguns cuidados devem ser levados em conta:
– Além das taxas de juros, é fundamental verificar o volume de crédito que é concedido, as condições do ambiente bancário, as taxas administrativas e histórico de pleitos não atendidos.
O economista também indica esgotar todas as possibilidades de negociação com o gerente da instituição de origem antes de tentar a transferência, pois ele já tem o histórico do cliente e pode ter algumas ofertas na manga.
A coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), Maria Inês Dolci, diz que é fundamental conhecer o Custo Efetivo Total (CET) da operação – que deve ser solicitado ao banco – para ver se o negócio vale a pena.
– Ali, você tem todas as condições que foram firmadas, como o valor do empréstimo ou financiamento, parcelas, taxas, encargos, tudo que está sendo cobrado – lembra ela, sugerindo que todas as propostas sejam dadas por escrito.
Claudemir Galvani, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), pondera que a portabilidade não é garantia de bom negócio, mas salienta que o instrumento aumenta a concorrência entre os bancos.
O assessor jurídico do Procon do Rio Grande do Sul, Marcio Afonso, sugere que eventuais problemas sejam comunicados aos Procons dos municípios:
– Certifique-se de que não está sendo feita uma simples renegociação da dívida.