O fôlego da economia, que já era pequeno, foi perdido ao longo do caminho. Mais precisamente no terceiro trimestre do ano. É o que vai mostrar nesta terça-feira a divulgação do PIB do período do país, cuja expectativa mais otimista é 0,1% de queda para até 0,5% negativo em comparação com o período imediatamente anterior.Considerado uma prévia do PIB, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central de setembro - recuo de 0,01% em relação a agosto - já havia jogado uma ducha fria em quem, com teimosia ou otimismo, dependendo do ponto de vista que você enxerga, ainda contava com alguma boa notícia no meio do ano.
Se já não traz surpresas, pelo que se viu de fraqueza da atividade econômica das empresas ao longo dos últimos meses - estoques elevados, vendas bem menores, desaceleração da produção -, mesmo assim é de se lamentar o péssimo resultado e indagar, de novo, sobre o que deu errado. Algumas certezas já temos, como o sinal de que o crescimento recente sustentado em estímulos do governo se esgotou. Outras: o resquício da crise internacional ainda perdura por aqui e não houve lá grande efeito das obras pré-Copa para acelerar a economia. E a já conhecida inflação, que acabou diminuindo o consumo das famílias.
Com a confirmação do trimestre fraco, nada sugere que se ultrapasse pouco mais de 2% de crescimento - 2,3%, 2,4% - no final do ano. Muito pouco para quem tem necessidades tão continentais como o tamanho do país. Mais um ano para esquecer, mais um ano quase perdido de nossa história.