Os primeiros animais que pisaram no chão do parque Assis Brasil, em Esteio, para a 46ª Expointer, foram três ovinos da raça texel, da cabanha Oliveira, de Uruguaiana. Há 12 anos sendo o primeiro criador a cruzar os portões com os seus exemplares, Sérgio Oliveira chegou emocionado para esta edição depois de 11 horas de viagem. A entrada dos 3.480 exemplares de argola inscritos, que participarão de exposições e julgamentos neste ano, começou às 8h desta segunda-feira (21) se estende até esta sexta-feira (25).
— Cheguei aqui domingo de manhã às 9h e estava esperando na frente do portão desde então. Ontem fiz 62 anos aqui na frente — conta o produtor emocionado.
Todo ano, Oliveira busca ser o primeiro a chegar para que seus animais já se aclimatem com o novo ambiente. Cuidado que é, de fato, importante para garantir um bom desempenho nas pistas, avalia Pablo Charão, comissário-geral da Exposição de Animais da Expointer.
— E pelo marketing. Vocês são a minha principal divulgação — acrescenta o produtor, referindo-se aos jornalistas.
Neste ano, Oliveira trouxe dois machos e uma fêmea. Os animais vão participar de julgamentos e, depois, vão a leilão. A expectativa é a melhor possível, diz:
— Expointer é Expointer. Muita gente diz muitas vezes que (o mercado) não está bom para a ovelha, para a lã. Mas não, está bom para tudo. É só ter "um algo a mais" que tu sempre estará bem para isso.
Além dos ovinos da raça texel de Uruguaiana, também chegaram logo cedo ao parque em caminhões enfileirados exemplares da raça corriedale, bovinos braford e pôneis. Os produtores foram recebidos com café de cambona, bolinho de chuva, carne de ovelha e linguiça. Já os animais passaram por exames da equipe de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura. Medida que já é de praxe na feira e que dura até o último dia de evento. Ao todo, 106 servidores foram convocados para esse trabalho.
— Neste momento, o pessoal está fazendo a inspeção sanitária. Conferem a documentação, exames, vacinas, veem se está tudo em dia. Fazem uma inspeção clínica para garantir que os animais entrem no parque sadios, sem sintomas de doenças infectocontagiosas ou algum parasita — esclarece Charão.
Depois da sexta-feira, será a vez dos 795 animais rústicos inscritos, aqueles que são vendidos em leilão, acessarem o parque. Para eles, a entrada dura até o último dia da feira, 3 de setembro.
Neste ano, o número de animais inscritos foi inferior ao do ano passado, 4.275 exemplares ante 5.093. O principal motivo foi uma medida do governo federal visando à prevenção contra a gripe aviária, que suspendeu a participação de aves em eventos. Também não será realizada neste ano a tradicional feira de novilhas organizada pela Federação da Agricultura do Estado (Farsul).
A 46ª edição da feira começa no dia 26 de agosto e termina no dia 3 de setembro.