Nas manhãs e tardes na 23ª Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, quem possui produção frutífera nas suas propriedades já têm lugar para estar. As oficinas de geleias, realizadas na Casa da Emater/RS, são destinadas ao público geral, mas a maioria dos presentes são mulheres.
Do lado de fora de uma ampla janela, as interessadas podem acompanhar, lá dentro, a dinâmica de uma cozinha organizada e colorida pelas matérias-primas que compõe os diversos sabores de geleias.
— Esse ano, optamos por trabalhar as geleias e chimias pensando na possibilidade de incentivar as mulheres a vender, nessa questão de agroindustrialização e geração de renda — explica a oficineira e coordenadora da cozinha, Simara Lovizon.
De acordo com ela, muitas mulheres possuem frutas em abundância nas propriedades, mas acabam inutilizadas. Além da possibilidade de gerar lucro, a qualidade da alimentação também é impactada:
— Quando tu produz o alimento, não vai aquela gama grande de conservantes e corantes dos produtos industrializados.
Dentre as geleias trabalhadas, está a oficina de geleia de rosas, geleia de maracujá, com aproveitamento integral do fruto, geleia de frutas vermelhas, geleia de caroço e casca de pêssego e geleia de maçã com hibisco sem açúcar.
As geleias sem açúcar são uma alternativa a quem produz para merendas escolares, uma vez que uma resolução do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) proíbe a oferta de alimentos com adição de açúcar, mel e adoçante no ambiente escolar para crianças até três anos.
As oficinas podem ser acompanhadas diariamente, às 10h e às 14h.