Não bastou o 2020 complicado para o arroz, que tem alta acumulada de 79,4% nos últimos 12 meses. Agora, é seu fiel companheiro de prato está tendo um ano de elevação no preço. Nos primeiros três meses do ano, o produto já acumula alta de 11,98% – em um ano, o acréscimo é de 74,4%. Os dados foram divulgados nesta semana, comparando março com fevereiro – além da alta acumulada desde o início do ano e em 12 meses. Este levantamento mensal com preços de 13 produtos que compõem a cesta básica é feito pelo Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese). Os preços foram pesquisados em Porto Alegre.
O feijão não foi o líder entre as altas de março, ficou em segundo lugar. A primeira posição é de um item também comum, mas não tanto quanto o carro-chefe da feijoada. Foi a farinha de trigo, com 7,16%, quem mais subiu no mês passado, comparando com dados de fevereiro. Em 12 meses, a farinha acumula alta 30,35%.
Além do feijão e da farinha, em março, outros sete itens apresentaram alta na Capital – carne, leite, pão, café, açúcar, óleo de soja e manteiga. E quatro alimentos baixaram de preço – arroz, batata, tomate e banana. Dois dos decréscimos foram mais expressivos: o da batata (-20%) e do tomate (-20,16%).
Baixa
Conforme o Dieese, a variação expressiva da batata e do tomate foi a responsável por puxar o conjunto todo para baixo. Somando todos os itens, a cesta básica de Porto Alegre ficou 1,47% mais barata em março. Neste ano, o conjunto ainda está em alta, com 1,25%. E, em 12 meses, a elevação em Porto Alegre é 25,2%.
Economista do Dieese, Daniela Sandi explica que durante o mês que passou, o mercado foi abastecido por uma maior colheita da batata e do tomate, por isso, os preços destes produtos sofreram redução.
– Os produtos in natura têm essa oscilação maior de de preços, para baixo e para cima, por conta do clima, safra e ciclos de produção mais curtos – pontua Daniela.
E a alta do trigo, conforme Daniela, tem ligação com a valorização do grão no mercado internacional. Como o Brasil não é autossuficiente e importa cerca de metade da necessidade do mercado interno, essa alta influencia no custo do produto.
O preço do conjunto de 13 alimentos ficou em R$ 623,37 em março, deixando a cesta da Capital como a terceira mais cara do país – atrás de São Paulo (R$ 626) e Florianópolis (R$ 632,75). Em Porto Alegre, o preço da cesta básica equivale a 61,26% do salário mínimo, atualmente, em R$ 1.100.