Na última segunda feira (1º) a Petrobras informou um reajuste de R$ 0,15 por quilo para gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido como gás de cozinha. Este já é o terceiro reajuste do ano e equivale a um impacto de R$ 1,90 no botijão de 13 quilos, o P13, vendido na refinaria. A reportagem de GZH realizou um levantamento em 29 distribuidoras de Porto Alegre para saber o preço do gás e também a previsão de reajuste. A maioria dos depósitos ainda conta com cargas antigas, sem o valor reajustado, mas a previsão é que o novo preço chegue ao consumidor até o final da semana.
No levantamento, foi constatado uma variação de R$ 10,90 no preço produto dependendo da distribuidora. O botijão mais barato custa R$ 74,00 no bairro Rubem Berta, já o mesmo produto custa R$ 84,90 no Cavalhada. Incluindo o valor de telentrega, a variação chega a 14,90. Esses preços são validos para esta terça-feira (2)
Os constantes reajustes fizeram com que Ademir Dafre, proprietário de uma distribuidora no bairro Guarujá, fixasse os 10 últimos reajustes da Petrobras na porta do seu estabelecimento.
— O cliente chega reclamando e já vê o preço ali. A gente não tem culpa — afirma.
O empresário, que trabalha no ramo há 23 anos, diz que nunca viveu um momento com tantos reajustes.
— Nunca passei por um período desses. Um tempo atrás, a gente conseguia manter o preço do gás por um ano. Agora não tem como, a cada 15 dias sobe. Não dá pra fazer promoção e anunciar preço na rua porque pode mudar e ter que bancar o preço mais baixo.
Os constantes reajustes são por conta da política de preços da Petrobras, alterada em 2016, e que é baseada nos preços do mercado internacional. De acordo com o professor da Escola de Negócios da PUCRS, Adalmir Marquetti dois fatores são fundamentais para o aumento recorrente: a desvalorização do Real e a alta demanda do petróleo no mercado internacional.
— Para mudar, precisa alterar a politica de determinação da Petrobras, que desde 2016 tem como referência os preços internacionais. A desvalorização do real em relação ao Dólar é um dos fatores dos aumentos. Outro fator é o preço do petróleo e derivados — avalia.
Ainda na segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro editou um decreto e uma medida provisória para reduzir a zero as alíquotas da contribuição do Pis/Cofins, impostos que incidem sobre os derivados de petróleo. Essa medida deve reduzir em 3% o preço do gás, ou seja, um botijão que custaria R$ 80 passaria a custar R$ 77,80. Já o aumento repassado pela Petrobras deve gerar um aumento de R$ 3,80 no mesmo produto. A medida não faz com que o preço fique mais baixo, mas ajuda a conter o aumento.
A recomendação é para que quem precisa comprar gás pesquise e aproveite quais as distribuidoras que ainda estão com os estoques antigos. De acordo com os estabelecimentos ouvidos pela reportagem, o preço deve ser reajustado até o final da semana.