Seja no planejamento da viagem para o Exterior, nos investimentos pessoais, na compra de produtos importados, a alta do dólar de 8,02% na cotação neste mês já começa a ser percebida. Veja algumas situações em que a turbulência no mercado de câmbio impacta diretamente a sua vida.
Alimentos e combustíveis
Algumas matérias-primas respondem rapidamente à alta do câmbio, como o petróleo. O efeito seria nos preços de combustíveis vendidos pela Petrobras, repassados pelos postos. Situação semelhante ocorre com soja, café e trigo, commodities com cotação no mercado internacional. No caso do trigo, por exemplo, a valorização da moeda americana influencia no valor de pães, bolos, macarrão, entre outros.
Produtos nacionais
A valorização do dólar tem impacto direto na importação de insumos utilizados pela indústria brasileira. Com isso, pode haver correção de preços de roupas, eletroeletrônicos e eletrodomésticos. Por outro lado, como os contratos de importação entre varejistas ou indústrias com seus fornecedores costumam contemplar um período mais longo, a tendência é de que só haja uma disseminação na economia brasileira caso o dólar permaneça nas alturas por um prazo mais longo.
Investimentos pessoais
A taxa diária do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) já avançou no mercado futuro, o que amplia a rentabilidade dos fundos DI. Essa situação pressiona o Banco Central a elevar a taxa Selic, mas a instituição dá prioridade ao comportamento da inflação. Quem investe em fundos cambiais ou compra dólar como investimento ganha dinheiro, caso a cotação se mantenha em alta.
Viagens internacionais
A valorização da moeda americana impacta nos preços de passagens e nos hotéis. Quem pretende comprar um bilhete de US$ 1 mil, e gastaria R$ 3.460 se tivesse comprado em janeiro deste ano, agora terá de pagar R$ 4.030.
Compra de moeda estrangeira
Adquirir dólar ou euro para gastar durante uma viagem também fica bem mais caro. Nesses casos, vale a cotação turismo, sempre mais alta do que a comercial. Nesta quarta (22), o dólar turismo custava na faixa de R$ 4,28 e o euro turismo, R$ 4,72, nas casas de câmbio de Porto Alegre. Quem usa o cartão de crédito no Exterior tem de esperar até o fechamento da fatura para saber qual cotação realmente irá pagar: quando a trajetória é de alta, cresce o risco de a conta ficar (bem) mais cara.
Fonte: Pablo Spyer, diretor de Operações da Mirae Asset, Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros