A Caixa Econômica Federal prorrogou até 31 de março a campanha denominada Quita Fácil, voltada para aproximadamente 2,5 milhões clientes pessoa física e 150 mil clientes pessoa jurídica com contratos de crédito em atraso. Por meio dela, inicialmente prevista para encerrar em dezembro de 2017, os clientes podem conseguir descontos de até 90% sobre o valor original da dívida, nos casos de pagamento à vista.
A superintendente de Gestão de Adimplência da Caixa, Eugênia Regina de Melo, ressalta que a ação tem por objetivo ajudar o cliente a administrar as próprias finanças:
— É uma campanha muito atrativa porque permite que o cliente organize sua vida, colocando em dia o que saiu do controle, e inicie 2018 sem dívidas.
Desde maio de 2017, a campanha já regularizou contratos de mais de 467 mil clientes pessoa física e cerca de 67 mil clientes pessoa jurídica.
O atendimento da campanha Quita Fácil é feito por meio deste site e pelo telefone 0800-726 8068 (opção 8). Os clientes também podem procurar qualquer agência da Caixa.
Oito dicas para não voltar a ficar endividado
1. Liste todas as suas dívidas em atraso, como cartão de crédito, cheque especial, financiamentos, lojas, cheques sem fundos, condomínio e contas fixas como água, luz, internet, mensalidade escolar etc. Se tiver dúvidas das empresas para as quais esteja devendo, é possível obter a relação das contas em atraso junto aos serviços de cadastro de negativação de crédito.
2. Solicite ao credor dados detalhados da dívida, como saldo devedor atualizado, encargos, total de parcelas pagas e faltantes, taxa de juros contratada e período de inadimplência. Essa informação deve ser dada presencialmente ou via Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) das lojas e bancos.
3. Organize, então, por ordem de prioridade. As primeiras a serem quitadas devem ser as que afastam o consumidor de serviços básicos – como luz, telefone e água –, o cartão de crédito e o cheque especial, com juros altíssimos e que fazem a dívida como um todo crescer sob efeito de bola de neve. Em seguida, devem vir as que o tenham encaminhado para cadastros negativos de consumidores como Serasa e SCPC.
4. Veja em seu orçamento o quanto pode dispor por mês para pagar dívidas atrasadas – e nesse caso vale a pena pegar dinheiro da poupança (cujo rendimento é bem mais baixo do que o juro da dívida), alguma renda extra que tenha surgido, como PIS/Pasep ou restituição de Imposto de Renda. Em alguns casos, vale a pena até vender o automóvel para se livrar logo da dívida em atraso. Outra dica é pegar um crédito consignado, que tem juros mais baixos, para quitar uma dívida com juro mais alto.
5. No contato com os credores, peça descontos para quitação à vista dos débitos ou retomada dos pagamentos, explicando sua situação de dificuldade em pagar. A nova condição oferecida costuma ser de alongamento do número de parcelas ou abatimento de juros (está é a opção mais vantajosa). Nunca aceite a primeira proposta, mesmo que ele diga que não tem alçada para negociar um valor mais baixo. Faça a sua contraproposta.
6. Quando for renegociar a dívida, esteja certo de que poderá pagar o que propôs. Não adianta renegociar e depois começar a dever de novo, pois pode piorar a situação. Uma nova dívida leva o nome para o cadastro de inadimplentes mais uma vez, impedindo de ter acesso a crédito, além de dificultar novas tentativas de renegociação.
7. Enquanto recoloca as contas em dia, peça o cancelamento do cartão de crédito e cheque especial até que consiga se equilibrar nas finanças. Também evite novos parcelamentos que possam corroer uma fatia generosa de seu salário.
8. Depois que fizer os pagamentos em atraso, certifique-se de que seu nome foi excluído de cadastros negativos como Serasa e SCPC. Pelo Código de Defesa do Consumidor, o nome do cliente deve ser excluído do cadastro de devedores em até cinco dias úteis após ele ter regularizado sua situação.