Correção: a raça da ovelha que nasceu no último sábado (28) é Poll Dorset, e não Texel, como publicado entre as 9h51min e as 14h44min de 30 de agosto. O texto já foi corrigido.
O xodó da Expointer 2021 não foi o primeiro animal a cruzar os portões do evento, mas é o mais jovem do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio: a cordeirinha da raça Poll Dorset nasceu no último sábado (28) na Cabanha Don Dindo, de Santo Antônio das Missões, próximo à fronteira com a Argentina, e percorreu 500 quilômetros em um ônibus, ao lado de outros oito ovinos.
— É a mais nova que está entrando, certamente. Depois vai ter algum que dá cria no parque, como sempre — afirma o diretor de exposições da Expointer, Flávio Fagundes Pradié.
O pequeno animal e a mãe foram transportadas pelo produtor Paulo Arocha, 59 anos, da Cabanha Infantada, de Santiago — os amigos da Cabanha Don Dindo devem chegar somente no final da semana à Região Metropolitana. O pecuarista posou para fotos com o filhote no colo, ainda dentro do ônibus, o primeiro veículo da fila a estacionar na rua lateral do parque.
O acesso das criações começou às 8h desta segunda-feira (30), com acompanhamento da secretária estadual da Agricultura, Silvana Covatti.
Nesta edição, o número de animais competindo no evento será o dobro do que no ano passado: 4.057 no total, incluindo ovinos, bovinos e demais raças. A primeira estrela, como são tratados, é um borrego Texel de 90 quilos, da Cabanha Oliveira, de Uruguaiana — o macho tem cerca de um ano, segundo o proprietário da estância, Cléber Martins, 40 anos.
— A gente cuida, espera que venha premiação aí. E chega cedo pela tradição — diz.
Martins passou por um exame PCR no domingo (29), pelo qual atestou negativo para covid-19. No pulso, carrega uma pulseira verde, comprovante de que realizou a testagem e garantia de circulação livre nas dependências.
Já o primeiro caminhão com gados da raça Braford chegou às 8h15min desta segunda. De Uruguaiana, a Estância do Sossego levou a Esteio quatro fêmeas e dois machos, sendo que o touro mais pesado ostenta 960 quilos.
— A gente saiu ontem (domingo), mais de 700 quilômetros, e chegamos de madrugada, para ser o primeiro da fila, como sempre — garante o cabanheiro Magaiver da Rosa, 31 anos.
Com público e reforço em lavatórios
A 44ª Expointer ocorre de 4 a 12 de setembro e marca o retorno do público, limitado a 15 mil visitantes por dia. A compra dos ingressos é exclusivamente pela internet, sem bilheterias.
Somado aos trabalhadores, circularão 25 mil pessoas diariamente no espaço — em 2019, última edição antes da pandemia, 416 mil pessoas cruzaram as catracas no período do evento.
Para proteger os frequentadores, foram instalados 260 lavatórios, com material semelhante ao comumente usado nos banheiros químicos. O equipamento tem duas válvulas, uma com sabonete e outra com álcool gel. Recipientes com o composto também estão espalhados pelo local.
Todos os animais que participam da Expointer são inspecionados pelo Serviço Veterinário Oficial. Em torno de cem profissionais, entre veterinários, zootecnistas e técnicos agrícolas, estarão envolvidos na recepção sanitária, emissão de documentos e oficialização de julgamentos, entre outras tarefas.
E, neste ano, com o Rio Grande do Sul livre da febre aftosa, uma atração retornará à feira: depois de 20 anos, bovinos, ovinos e caprinos de Santa Catarina voltam a circular no Estado.