O reconhecimento do Rio Grande do Sul e de outros cinco Estados (Paraná, Acre, Rondônia e parte do Amazonas e do Mato Grosso) como zonas livres de febre aftosa sem vacinação foi celebrado pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, na manhã desta quinta-feira (27), em Brasília. Em transmissão ao vivo pela internet, a ministra classificou o novo status como “um marco na pecuária brasileira” e disse que a meta do governo federal é estender a certificação a todo o território brasileiro até 2026.
Até então, apenas Santa Catarina estava na lista. Agora, segundo Tereza Cristina, o Brasil passa a ter 44 milhões de cabeças de gado em áreas livres da doença sem imunização, o que corresponde a 20% do nosso rebanho bovino. No caso da suinocultura, quase 50% passa a estar nessa condição.
— O reconhecimento da OIE significa confirmar o elevado padrão sanitário da nossa pecuária e abre diversas possibilidades para que o Ministério da Agricultura trabalhe pelo alcance de novos mercados para a carne bovina e suína, assim como pela ampliação dos tipos de produtos a serem exportados aos mercados que já temos acesso. Comemoramos hoje, mas seguimos trabalhando diariamente para o fortalecimento da defesa agropecuária nacional, mirando o objetivo de levar todo o Brasil para a condição de zona livre de febre aftosa sem vacinação — disse a ministra, ao lado do governador Eduardo Leite.
O novo status sanitário do Rio Grande do Sul e demais Estados foi confirmado em assembleia geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e traz consigo a promessa de grandes negócios.
Segundo a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, a carne gaúcha poderá, a partir de agora, chegar a mercados como Japão, Coreia do Sul, México, Estados Unidos, Chile, Filipinas, China (carne com osso) e Canadá, alcançando até 70% dos compradores mundiais.
Ao comentar o desfecho, Eduardo Leite celebrou o resultado, relembrou o esforço feito para garantir a conquista e falou sobre a responsabilidade de manter a nova condição a partir de agora.
— Não é simplesmente deixar de vacinar, é substituir a vacinação por toda uma estrutura de pronta-atenção, de pronto-emprego. Isso exige coordenação de esforços, por isso que o dia de hoje reforça minha crença na colaboração, na cooperação. Agora, com o certificado em mãos, estamos prontos para sair mundo afora, como já está sendo feito, intensificando os contatos com os parceiros comerciais que entram no nosso horizonte — declarou Leite.