Em nota divulgada na tarde desta quarta-feira (13), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) defendeu a produção da soja brasileira, afirmando que o país tem "uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo" e que o grão "não exporta desmatamento".
A nota foi divulgada depois que o presidente da França, Emmanuel Macron, fez crítica, em suas redes sociais, ao desmatamento da Amazônia e citou especificamente a soja brasileira, relacionando-a ao problema ambiental.
"O Brasil tem uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e utiliza tecnologias reconhecidas que ampliaram a sustentabilidade de sua produção agropecuária. A declaração do presidente francês, Emmanuel Macron, sobre a soja brasileira mostra completo desconhecimento sobre o processo de cultivo do produto importado pelos franceses e leva desinformação a seus compatriotas", afirmou o ministério.
Segundo o Mapa, o Brasil é o maior produtor e exportador de soja do mundo, "abastecendo mais de 50 países com grãos, farelo e óleo. Detém domínio tecnológico para dobrar a atual produção com sustentabilidade, seja em áreas já utilizadas, seja recuperando pastagens degradadas, não necessitando de novas áreas".
"Toda a produção nacional tem controle de origem. A soja brasileira, portanto, não exporta desmatamento", finaliza a nota.
Mais cedo, Macron havia dito que continuar dependendo da soja brasileira "seria ser conivente com o desmatamento da Amazônia".
— Nós somos coerentes com nossas ambições ecológicas, estamos lutando para produzir soja na Europa — emendou.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia, quase 20% das exportações para a União Europeia, bloco do qual os franceses fazem parte, são de soja e farelo da oleaginosa produzidos pelo Brasil. No ano passado, o Brasil exportou US$ 27,1 milhões do grão para a França, além de US$ 544 milhões de farelo de soja, de um total de US$ 1,983 bilhão em embarques para o país europeu.
A quantidade recebida pela França pode ser ainda maior considerando dados agregados da produção recebida por portos da Espanha e Países Baixos e depois escoada para demais países europeus.