A Emater concluiu, neste mês, a capacitação de 542 pessoas – entre produtores rurais e aplicadores de produtos – para o manejo correto de agrotóxicos. Os cursos, realizados entre os meses de junho a dezembro deste ano, atendem normativas do governo do Estado estabelecidas a partir da constatação dos prejuízos causados pela deriva do agrotóxico 2,4-D, principalmente para o cultivo de frutas e hortaliças.
— A deriva é quando se faz a aplicação de qualquer produto químico na lavoura e este acaba não atingindo o alvo e se deslocando para outras áreas. Como consequência temos a contaminação de áreas adjacentes à lavoura que deveria receber o produto. Durante o curso trabalhamos quais as pontas de pulverização adequadas para aplicação, as que produzem menos deriva, as condições climáticas que são necessárias serem levadas para poder fazer o trabalho dentro da temperatura, velocidade e umidade do vento adequadas entre outras questões importantes do manejo —, declarou o assistente técnico Regional da Emater, Luis Fernando Rodrigues de Oliveira.
Na Região Central, os cursos foram realizados obrigatoriamente nos municípios de São João do Polêsine, Silveira Martins, Mata, Jari, Jaguari e Santiago – que conforme as normativas estão entre os que apresentaram laudo positivo para a deriva do 2,4-D. Jaguari é, inclusive, o município com maior número de confirmações: são 27 no total. Por isso, nestas cidades, o produto só pode ser aplicado por pessoas devidamente capacitadas.
Também foram realizadas capacitações em Tupanciretã e Agudo por demanda de cooperativas destas cidades. A obrigatoriedade de capacitação para aplicação de herbicidas hormonais em todo o Estado começa a partir de maio de 2020. O assistente técnico regional da Emater destaca ainda os riscos da aplicação inadequada destes produtos:
— O primeiro deles é diretamente para quem está trabalhando diretamente com o produto. Se a pessoa que estiver aplicando não tiver as informações necessárias sobre o manejo, não utilizar equipamentos de proteção individual estará correndo riscos de contaminação imediata. Além disso, uma aplicação feita em condições climáticas inadequadas faz com que o produto não funcione para aquilo que foi aplicado. Assim, o risco de deriva aumenta consideravelmente e o produto se desloca para outras lavouras que tem culturas sensíveis. Isso gera prejuízos ao meio ambiente e também à economia.
Ao longo dos cursos os produtores receberam aplicação não só a respeito do 2,4-D como também para aplicação de todos os tipos de agrotóxicos - como herbicidas, fungicidas e inseticidas.