Materiais de construção espalhados por 141 hectares do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, sinalizam que a maior feira agropecuária do país – e uma das mais importantes da América Latina – se aproxima. Pelas mãos de pedreiros, marceneiros, pintores, eletricistas e outros profissionais com diferentes habilidades, a Expointer vai ganhando uma infinidade de espaços, como galpões, estandes, casas e ambulatórios.
Os primeiros trabalhadores temporários chegaram no início de julho e seguirão em ritmo acelerado até a abertura das bilheterias, deixando o parque a cada dia com mais cara de megafeira. Dezoito empresas já foram contratadas para serviços como bilheteria, vigilância patrimonial, limpeza e assistência técnica. Outras seis licitações estão em andamento.
Retrato da Expointer, os chamados animais de argola (aqueles que vão a julgamento) estarão em menor número este ano. Serão 3.975, recuo de 6,36%. Mas quem trabalha na montagem do setor não leva em conta esta redução.
A preocupação deles é ajeitar, da melhor maneira, as acomodações e os 28 locais de avaliações e leilões. Para 2019, a expectativa da organização é alcançar os R$ 10,2 milhões em comercialização de animais, mesma cifra do ano passado.
Da Fazenda Santa Terezinha, em Jaquirana, na Serra, virão 52 cabeças de gado das raças simental, simbrasil e red poll. O criador Eduardo Borges de Assis, 50 anos, começa a preparação dos bovinos dois anos antes da feira, quando trata do cruzamento.
Após, vêm o calendário de vacinas e os últimos ajustes nos dois caminhões boiadeiros que transportarão os animais por cerca de 200 quilômetros. Assis, seus dois filhos, dois funcionários da propriedade e quatro estagiários formam a equipe de nove pessoas que se dedicarão exclusivamente à feira – sendo que seis dormirão no alojamento do parque.
— A preparação começa muito antes para que tudo dê certo nos dias de feira — resume Assis.
À espera de tempo bom
A projeção do subsecretário do parque, José Arthur Martins, é fazer com que a feira supere os números de 2018, quando a mostra recebeu 370 mil pessoas e comercializou R$ 2,3 bilhões.
— Tem a crise, que pode atrapalhar. Se chover dois finais de semana, o público será muito menor do que se fizer sol, também. Tudo isso pesa e dificulta fazer qualquer projeção. O que posso garantir é que estamos trabalhando com pouco dinheiro e muita criatividade — destaca Martins.
Espaço da agricultura familiar terá recorde de 312 produtores
A agricultura familiar terá a maior participação da história da Expointer, com 312 produtores do Rio Grande do Sul, sendo 247 agroindústrias e 65 empreendedores nas áreas de artesanato rural, plantas e flores. As inscrições são 9,47% maiores do que em 2018. Neste ano, 55 empreendimentos estarão pela primeira vez no evento.
Os produtos da agricultura familiar são muito apreciados, e o pavilhão é um dos mais visitados
COVATTI FILHO
Secretário da Agricultura
— Os produtos da agricultura familiar são muito apreciados, e o pavilhão é um dos espaços mais visitados da Expointer — comenta o secretário da Agricultura, Covatti Filho.
Em 2018, quando completou 20 anos, o pavilhão da Agricultura Familiar dobrou de tamanho, passando para 7,6 mil metros quadrados. Isso garantiu aumento do número de expositores, ampliação da praça de alimentação para 410 lugares e implantação de depósito interno, o que facilita a reposição dos produtos.
Em 2018, o pavilhão vendeu 40,3% a mais do que em 2017, alcançando R$ 4 milhões em negócios. Houve aumento, também, no desempenho do setor de artesanato, que cresceu 16,18%, contabilizando R$ 1,278 milhão, com a venda de 30.930 peças.