Uma das líderes mundiais no segmento de máquinas agrícolas, a John Deere está focada na automatização de processos, seguindo o movimento de digitalização da agricultura. Presidente da multinacional no Brasil, Paulo Herrmann afirma que a automatização irá torná-las mais confiáveis e eficientes, afastando o risco gerado por humanos em funções repetitivas. Em entrevista à coluna, o executivo fala também de como a geração de dados poderá transformar o agronegócio.
O dado só se transforma em informação no momento em que ele é processado. E aí entra a necessidade de um profissional para fazer o que a gente chama de data management.
PAULO HERRMANN
Presidente da John Deere no Brasil
No que a John Deere está focada hoje, em termos de tecnologia?
Estamos trabalhando hoje na automatização. Do que estou falando? Todas aquelas operações, funções e atividades que são mecânicas e aborrecedoras e que desviam a atenção do operador precisam ser automatizadas. Ou seja, tirar o efeito do ser humano sobre uma má operação por cansaço ou descuido. Queremos manter o homem vinculado à operação e tirar dele apenas as funções repetitivas, que são geradoras de erro. Essa é uma linha prioritária para a John Deere, dentro da digitalização da agricultura.
A automação total, sem a presença humana, é algo para o futuro?
Não há necessidade de partirmos para uma automação total. Temos uma mão de obra ativa e queremos continuar gerando empregos no campo. Principalmente em um país como o nosso, não podemos empurrar todo mundo para as cidades. Agora, precisamos de empregos de maior qualificação, esse é um desafio, assim como trazer os filhos dos agricultores de volta às propriedades e engajar mais as mulheres dentro do processo.
Como a geração de dados está transformando as máquinas agrícolas?
Existe um verdadeiro mar de dados que não são trabalhados e gerenciados, então eles viram lixo. O dado só se transforma em informação no momento em que ele é processado. E aí entra a necessidade de um profissional para fazer o que a gente chama de data management (gerenciamento de dados, na tradução em inglês).
Vocês estão trabalhando com algum projeto específico voltado ao big data?
Estamos trabalhando com algumas universidades. Em conjunto com a Fatec/Senai, de Mato Grosso, criamos um curso voltado à formação de tecnólogos de gestão de dados, abordando temos como big data, mecanização agrícola e inteligência artificial.