Centralização de dados, históricos detalhados da safra e controle remoto das informações geradas na lavoura estão em um software de gerenciamento de produção usado há dois anos pelo agrônomo Henrique Hummes, 32 anos. Ao lado de dois irmãos e do pai, ele cultiva soja em uma área de 600 hectares em Carazinho, Victor Graeff e Santo Antônio do Planalto, no Norte. Desde então, a família aumentou em 10 sacas por hectares a produção em áreas que apresentavam problemas anos atrás. O rendimento da colheita, já concluída, ficou acima de 70 sacas por hectare.
Os diagnósticos gerados pela ferramenta Climate FieldView, da Bayer, ajudam na prevenção de problemas com a interferência adequada, explica o produtor. O sistema também auxilia em uma produção mais uniforme e precisa.
– Em áreas onde estava produzindo menos, no ano passado, já fizemos algumas interferências e, neste ano, deu para ver que já subiu o nível de produtividade – conta Hummes.
Durante a colheita, em mapa com imagens via satélite, cores indicam os pontos da lavoura mais produtivos e os mais problemáticos. Drives instalados nas máquinas colhem os dados repassados pelo computador de bordo e enviam para o tablet. Em seguida, as informações são depositadas na nuvem – servidores de armazenamento na internet. Tudo isso abastece um banco de dados da propriedade. Com base nesse material, o produtor consegue ter um histórico detalhado da produção, otimizando o serviço a cada safra.
Hummes diz que o pai, Lademir Antonio Hummes, 59 anos, que deu o pontapé inicial na produção familiar, delegou aos filhos a decisão sobre os investimentos em tecnologia na propriedade.
– Ele diz ‘isso é com os guris’, quando falam sobre esses programas de dados – brincou Hummes.
A revolução do big data na agricultura está sendo protagonizada pelas novas gerações, abertas a novidades e inovações, destaca o chefe-geral da Embrapa Soja, José Renato Bouças Farias:
– Essa gurizada que está saindo da faculdade vai para as lavouras com ideias na cabeça, dispostos a experimentar novas tecnologias.
O big data está baseado em cinco princípios: velocidade, volume, veracidade, variedade e valor. Assim, o algoritmo utiliza uma grande quantidade de informações concretas, coletadas em tempo real e que podem gerar conhecimento e expertise.