Nas regiões gaúchas onde o tempo tem permitido, o trigo começa a ser semeado — embora o ritmo mais acelerado seja esperado para junho. Por ora, as estimativas são de manutenção ou leve elevação da área cultivada no ano passado, cerca de 700 mil hectares.
— Na tomada de decisão, o produtor não deve enxergar a cultura isoladamente, mas dentro de um sistema de produção — recomenda Hamilton Jardim, presidente da Câmara Setorial das Culturas de Inverno do Ministério da Agricultura.
Em reunião na semana passada na Fenatrigo, em Cruz Alta, representantes do setor e de órgãos de pesquisa estimaram que a área cultivada no Estado não será menor do que em 2018, podendo até chegar a 750 mil hectares.
Na região de Santa Rosa, uma das primeiras a semear a cultura, a área plantada está próxima de 10%, segundo a Emater. O órgão também projeta manutenção da lavoura, ao redor de 185 mil hectares, depois de anos seguidos de acentuada queda. Há quatro anos, a região cultiva quase 300 mil hectares.
— O produtor que continua apostando no trigo é aquele com visão conservacionista, visando os ganhos indiretos que terá com a cultura, da cobertura do solo no inverno à redução de ervas daninhas para a safra seguinte, da soja, no caso — afirma José Vanderlei Waschburger, gerente regional adjunto do escritório Santa Rosa.
Presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro), Paulo Pires concorda: este será o ano do plantio de produtores que acreditam no sistema de rotação de culturas.
— Porque se fizer simplesmente a conta do custo de produção, não planta — acrescenta o dirigente.
No próximo dia 3 de junho, a Câmara Setorial se reúne em Brasília com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para buscar ações de estímulo para a cultura no país.